Geógrafo defendia que planejar era fundamental para a preservação do meio ambiente e a saúde da sociedade
No cenário contemporâneo, onde as pressões sobre os recursos naturais são cada vez mais intensas, a preservação do meio ambiente é uma questão de sobrevivência, não apenas para as espécies que habitam o planeta, mas também para a própria humanidade. Aziz Ab’Sáber, renomado geógrafo brasileiro, compreendeu profundamente essa necessidade. E também afirmava que, para tanto, planejar era fundamental.
Para Ab’Sáber, o planejamento ambiental não era apenas uma questão técnica, mas também ética. Ele destacava a importância de considerar as interações complexas entre os seres humanos e o ambiente que os cerca. “O planejamento tem que ser outro”, afirma Cláudio Antônio di Mauro, professor aposentado e ex-diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Tem que levar em conta os componentes da natureza, a quantidade de precipitação pluvial, a necessidade de estabelecer áreas que não podem ser ocupadas por construções, que precisam estar reservadas para acúmulo de água. Além disso, os rios não podem ser utilizados da maneira como são em suas margens, impermeabilizando tudo. Isso tem trazido gravíssimas consequências para os lugares onde a sociedade vive”, pontua.
Aziz Ab’Sáber alertava para os efeitos devastadores da degradação ambiental nas cidades: poluição do ar, escassez de água, perda de biodiversidade, entre outros. Ele defendia que a preservação dos ecossistemas naturais não era apenas uma escolha, mas uma necessidade para garantir a qualidade de vida das pessoas nas áreas urbanas. A influência de Aziz Ab’Sáber nas políticas públicas para a preservação do meio ambiente no Brasil é inegável. Sua visão abrangente e suas pesquisas embasaram diversas iniciativas governamentais voltadas para a conservação dos recursos naturais.
Ab’Sáber defendia a importância de uma gestão ambiental participativa, que envolvesse a sociedade civil, os governos e as empresas. Ele destacava a necessidade de uma abordagem integrada, que considerasse não apenas as questões ambientais, mas também as dimensões sociais e econômicas. “Ele mostrou que os componentes da natureza tinham que ser entendidos na sua integralidade”, explica Cláudio di Mauro. “Se a ciência não levar em conta o interesse daquele homem ribeirinho, que está na beira do rio, que sofre todo ano com transbordamento, e das outras comunidades que vivenciam isso, se eles não forem chamados para participar, nós corremos o risco de ter uma relação que não é saudável na construção do planejamento”, finaliza.
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