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Perda de floresta primária tropical aumentou 10% entre 2021 e 2022

Perda de 4,1 milhões de hectares resultou em 2,7 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono

 

As florestas tropicais continuam a ser derrubadas ou queimadas em um ritmo alarmante, apesar das promessas feitas nas cúpulas climáticas da ONU para eliminar o problema até 2030, sugere uma análise global. As maiores perdas ocorrem no Brasil, na República Democrática do Congo (RDC) e na Bolívia – lar das maiores e mais significativas florestas tropicais do mundo, segundo os dados de perda de cobertura de árvores da Universidade de Maryland em 2022, apresentados pelo World Resources Institute’s (WRI) Global Forest Watch.

Os novos dados mostram que em 2022 os trópicos perderam 4,1 milhões de hectares (10,1 milhões de acres) de floresta tropical primária – uma área aproximadamente do tamanho da Suíça – a uma taxa equivalente a 11 campos de futebol por minuto. Isso representa um aumento de 10% em relação a 2021 e resultou em 2,7 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono – equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis da Índia, segundo a análise.

Na conferência do clima COP26 da ONU em Glasgow em 2021, 145 países se comprometeram a interromper e reverter o desmatamento até 2030, enquanto na COP27 de novembro passado no Egito, 27 países se uniram para acelerar as ações em direção a essas promessas. No entanto, o WRI diz que as metas não serão alcançadas na trajetória atual, com declínios na perda de florestas não se concretizando.

As florestas abrigam mais de 80% das espécies terrestres de animais, plantas e insetos e fornecem abrigo, empregos e segurança para as comunidades que as habitam, diz a ONU. E estima-se que a perda e os danos florestais causem cerca de 10% do aquecimento global. A perda de florestas é vista como uma questão fundamental no combate às mudanças climáticas, pois o carbono é removido do ar pelas florestas vivas e emitido quando as árvores são derrubadas ou degradadas. No Brasil, a taxa de perda de florestas primárias aumentou 15% de 2021 a 2022, principalmente na Amazônia. A perda geral do país representou mais de 40% do total global.

 

Incêndios e exploração madeireira

Mas o desmatamento é apenas parte do problema. As áreas degradadas, por exemplo, por incêndios e extração seletiva de madeira, são ainda mais comuns do que aquelas que estão sendo desmatadas. No Brasil, há uma combinação de fatores que impulsionam o desmatamento e a degradação, como o garimpo ilegal e a grilagem de terras. O recorde de desmatamento da Amazônia foi registrado no ano passado, com uma área de mais de 941 km2 devastada.

Por outro lado, a Indonésia conseguiu reduzir sua perda de floresta primária mais do que qualquer outro país nos últimos anos, seguida pela Malásia, conforme o Global Forest Watch. Intervenções do governo e programas corporativos e comunitários permitiram que os dois países mantivessem suas taxas de perda de florestas primárias tropicais perto de níveis recordes.

Com informações de SciDev.Net

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