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Crise na alfabetização: desafios e estratégias para a educação brasileira

56% das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental não aprenderam a ler e escrever no país

 

No Brasil, enquanto milhões de crianças e adolescentes retornam às salas de aula para um novo ano letivo, um alerta preocupante é emitido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef): mais da metade das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental na rede pública não possui habilidades básicas de alfabetização. Essa constatação, baseada em dados recentes, revela uma crise educacional que demanda atenção imediata.

Segundo o Unicef, a alfabetização é uma etapa fundamental na jornada escolar das crianças e dos adolescentes, e sua priorização é essencial em todos os municípios brasileiros. Nesse sentido, torna-se urgente a implementação das ações delineadas no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023 pelo Ministério da Educação, visando garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.

Os dados do recente Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica revelam que 56,4% das crianças nesta etapa não alcançaram o nível esperado de alfabetização. Esse cenário contribui para um número alarmante de alunos em todo o país que frequentam a escola sem dominar habilidades básicas de leitura e escrita.

Agravando essa situação, a pandemia de covid-19 exacerbou uma crise já existente. Em 2019, antes da crise sanitária, 39,7% das crianças não estavam alfabetizadas no 2º ano do Ensino Fundamental na rede pública. A piora das estimativas reflete uma crise urgente que exige ações coordenadas em todos os níveis governamentais.

Segundo Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do Unicef no Brasil, ciclos de alfabetização incompletos têm um impacto significativo na trajetória escolar, resultando em reprovações e abandono. A falta de habilidades de leitura e escrita dificulta o aprendizado e o acompanhamento das atividades escolares, levando muitos estudantes a abandonarem a escola ou acumularem atrasos acadêmicos.

Para enfrentar esse desafio, o Unicef destaca duas estratégias urgentes: investir em práticas pedagógicas de qualidade para as crianças nos primeiros anos do Ensino Fundamental e implementar propostas de recomposição das aprendizagens para aqueles que não dominaram a alfabetização até o 2º ano.

Essas iniciativas fazem parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que busca também recompor as aprendizagens afetadas pela pandemia. A importância de acompanhar de perto a implementação dessas medidas é ressaltada, com foco na redução do analfabetismo e na promoção de políticas educacionais eficazes.

Para contribuir com o desenvolvimento de boas práticas, o Unicef conta com a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, em parceria com as Secretarias Estaduais de Educação, visando oferecer um diagnóstico amplo e recomendações para políticas educacionais que promovam o acesso à educação e a aprendizagem dos estudantes.

A definição da pontuação que define uma criança alfabetizada (743 pontos) foi estabelecida pelo Ministério da Educação e pelo Inep em 2023, após pesquisa envolvendo professores alfabetizadores de todo o país. Essa medida visa garantir um padrão claro e objetivo para avaliar o progresso educacional dos alunos.

 

Com informações de Unicef Brasil e Onu News

 

Foto: Arquivo/Agência Brasil – EBC
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