Dia Internacional busca quebrar estereótipos e conscientizar sobre igualdade de gênero e diversidade na CT&I
Trazer mulheres e outros grupos marginalizados para a ciência e a tecnologia resulta em soluções mais criativas e com maior potencial para inovações que atendam às necessidades das mulheres e promovam a igualdade de gênero. Sua falta de inclusão, por outro lado, traz custos enormes – econômicos e sociais. Isso é o que ressalta a Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado 11 de fevereiro.
Globalmente, apenas 33% dos pesquisadores são mulheres, recebem menos financiamento para pesquisa do que os homens e têm menos probabilidade de serem promovidas, segundo levantamento da Unesco. No Brasil, a proporção é ainda menor: as mulheres ocupam apenas 14% das posições na Academia Brasileira de Ciências. Desde que o Nobel foi criado, em 1901, o prêmio foi concedido a mais de 622 pessoas nas áreas de ciências, mas apenas 22 dos vencedores foram mulheres.
Também no setor privado, as mulheres estão menos presentes na liderança da empresa e em cargos técnicos nas indústrias de tecnologia. As mulheres representam apenas 22% dos profissionais que trabalham em inteligência artificial e 28% dos graduados em engenharia.
Exclusão digital
Segundo o Relatório Anual 2022 da ONU Mulheres, a exclusão das mulheres do mundo digital eliminou US$ 1 trilhão do produto interno bruto de países de baixa e média renda na última década — uma perda que crescerá para US$ 1,5 trilhão até 2025 se não houver nenhuma ação a respeito.
A agência aponta que uma abordagem sensível ao gênero para inovação, tecnologia e educação digital pode aumentar a conscientização de mulheres e meninas sobre seus direitos e engajamento cívico. Os avanços na tecnologia digital oferecem imensas oportunidades para enfrentar os desafios humanitários e de desenvolvimento e para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Infelizmente, as oportunidades da revolução digital também representam um risco de perpetuar os padrões existentes de desigualdade de gênero. A necessidade de tecnologia inclusiva e transformadora e educação digital é, portanto, crucial para um futuro sustentável.
Prêmio Carolina Bori
Para comemorar a data, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realiza na próxima sexta-feira, 10 de fevereiro, a cerimônia presencial de entrega do 4º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, dedicada nesta edição às “Meninas na Ciência”. A cerimônia será transmitida pelo canal da SBPC no YouTube, a partir das 15h.
A premiação recebeu indicações de 446 candidatas de 223 instituições de todas as regiões do País. Foram 126 indicadas para a categoria Ensino Médio e 320 para a Graduação, categoria subdivida entre três grandes áreas do conhecimento: Biológicas e Saúde (126), Engenharias, Exatas e Ciências da Terra (103) e Humanidades (91).
Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento, que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC – que já teve três mulheres presidentes e hoje a maioria da diretoria é feminina – criou essa premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, na qual tantas mulheres foram protagonistas do trabalho e de anos de lutas e sucesso da maior sociedade científica do País e da América do Sul.
Veja aqui a lista das finalistas.