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Divisão digital reforça discriminação contra mulheres

Segundo ONU, novas tecnologias dominadas por homens potencializam a desigualdade de gênero

 

As tecnologias digitais se tornaram uma nova fonte de discriminação contra o sexo feminino. Isso é o que afirmou António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em reunião com representantes da sociedade civil durante a Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher (Comission on The Status of Women – CSW). Na ocasião, o líder das Nações Unidas afirmou que o progresso nos direitos de mulheres e meninas estagnou e está retrocedendo.

O secretário apontou que a dominação masculina sobre novas ferramentas como algoritmos e inteligência artificial está desfazendo décadas de progresso nos direitos das mulheres e ampliando a misoginia. Para reverter esse quadro, a ONU lançou durante o evento um relatório sobre tecnologia, inovação e equidade de gênero.

Uma análise global de 133 sistemas de IA apontou que 44,2% deles demonstram preconceito de gênero. Esse é o efeito prático da falta de diversidade. As mulheres também enfrentam um ambiente digital hostil. Uma pesquisa da Unesco com mulheres jornalistas de 125 países constatou que três quartos sofreram violência online durante seu trabalho.

As recomendações do documento incluem educação e treinamento para que as mulheres dominem as novas tecnologias digitais. O relatório propõe também investimentos para superar a divisão de gênero no meio digital e o desenvolvimento de algoritmos alinhados com os direitos humanos e com a equidade de gênero.

 

Evento global

Criada em 1946, a Comissão sobre o Estatuto da Mulher é o principal órgão intergovernamental global dedicado exclusivamente à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento feminino. Centenas de pessoas participam em plenárias ministeriais e eventos paralelos do que é considerado o maior evento global de mulheres. Entre os representantes estão delegações de Estados-membros, entidades da ONU e organizações não-governamentais.

Em 2023, o tema prioritário da CSW é a inovação, mudança tecnológica e educação na era digital para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas. Segundo a ONU Mulheres, nas taxas atuais, levará quase mais três séculos para trazer igualdade para mulheres e meninas. Prejudicadas por desigualdades persistentes, cerca de 383 milhões delas vivem em extrema pobreza. E a cada 11 minutos, uma mulher ou menina é morta por alguém de sua própria família.

A 67ª Sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher começa nesta segunda-feira e vai até o dia 17 de março.

Com informações da ONU News

 

Christina @ wocintechchat.com | Unsplash.com
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