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As mulheres na ciência: desafios permanecem

Igualdade de gênero ainda é um desafio para o setor no mundo todo

 

Os campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) são pilares essenciais para as economias mundiais, e as mulheres desempenham um papel fundamental nesse cenário. No entanto, apesar de sua contribuição significativa, a igualdade de gênero nesse setor ainda é um desafio global.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), apenas um em cada três pesquisadores em todo o mundo é mulher, destacando uma disparidade preocupante. As estatísticas revelam uma série de desafios enfrentados pelas mulheres nas áreas STEM. Elas publicam menos, recebem salários inferiores por suas pesquisas e enfrentam obstáculos no avanço de suas carreiras em comparação com os homens, conforme aponta o Instituto de Estatística da Unesco (UIS).

 

Números

Um relatório da Unesco de 2021 ressalta que o mundo está em meio a uma transformação fundamental, com mudanças significativas impulsionadas pela tecnologia e inteligência artificial (IA). No entanto, as mulheres correm o risco de ficar à margem dos empregos do futuro, já que o mercado de trabalho demanda cada vez mais habilidades especializadas. Dados compartilhados pela Unesco em 2018 revelam que as mulheres representavam apenas um terço dos pesquisadores em todo o mundo naquele ano. Nas áreas de engenharia e ciência da computação, essa proporção cai para 28% e 40%, respectivamente. Um exemplo marcante é o campo da IA, que experimentou um crescimento exponencial nos últimos anos. Apesar disso, em 2018, apenas 22% dos profissionais de IA eram mulheres em todo o mundo.

Essa discrepância é evidente mesmo nos principais países com presença significativa na área de IA, como Argentina, Brasil, Alemanha, México e Polônia, destaca a ONU. Além disso, as mulheres ainda são minoria em cargos técnicos e de liderança em empresas de tecnologia, e muitas delas optam por deixar o campo devido a condições de trabalho desfavoráveis e falta de oportunidades de progressão na carreira.

 

Longo caminho

Enquanto algumas regiões, como a América Latina e o Caribe, alcançaram a paridade na proporção de pesquisadores homens e mulheres, ainda há muito a ser feito. Apesar de avanços significativos na inclusão de mulheres nas áreas STEM, persistem lacunas e barreiras em diferentes estágios do ciclo de vida, de acordo com um relatório de 2022 da Unesco.

O reconhecimento desses desafios é um primeiro passo importante, mas a ação concreta é necessária para promover a igualdade de gênero. As mulheres continuam sub-representadas em cargos de destaque e liderança, enfrentando obstáculos como estereótipos de gênero e falta de apoio estrutural nas instituições acadêmicas e corporativas.

 

Capa. Freepik.com
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