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Cesar Lattes e a física brasileira na segunda metade do século XX

Lattes desempenhou papel fundamental na criação de instituições científicas e no fortalecimento da ciência no Brasil

 

O nome de Cesar Lattes não só está associado à descoberta do méson pi, mas também à construção de uma base sólida para a ciência no Brasil. A segunda parte do vídeo especial sobre a vida e o legado do físico brasileiro mostra como Lattes foi um defensor incansável da ciência e da educação, marcando a formação e o avanço de diversos departamentos, institutos e laboratórios de pesquisa no país.

Mais do que um cientista de renome, Lattes foi um visionário que buscava trazer para o Brasil os sistemas e padrões de pesquisa que observou em centros científicos ao redor do mundo. Sua presença e influência foram cruciais na fundação do CBPF, um marco na pesquisa fundamental em Física no país. Como primeiro diretor científico da instituição, Lattes não só buscou infraestrutura e bolsas, mas também atraiu estudantes qualificados e promoveu parcerias internacionais de peso. “Não dá para medir o impacto que o Lattes, através de seu retorno para o Brasil e seu empenho no desenvolvimento do CBPF do CNPq, teve no futuro da ciência brasileira”, afirma Ulisses Barres de Almeida, pesquisador associado do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e vice-diretor do Centro Latino-Americano de Física (CLAF), instituição ligada à Unesco com sede no Rio de Janeiro.

A influência de Lattes vai além das fronteiras do CBPF. Sua participação na criação do CNPq e do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) na Unicamp são testemunhos de seu comprometimento em estabelecer uma base sólida para a pesquisa científica no Brasil. Para muitos que conviveram e trabalharam com ele, Lattes representava não apenas um cientista excepcional, mas também um símbolo do potencial brasileiro na produção de ciência de alta qualidade. “Ele tinha essa esse anseio de fazer com que nós tivéssemos condições de fazer uma física de qualidade, pois enxergava que tínhamos condições para isso”, pontua Iramaia Jorge Cabral de Paulo, professora do Instituto de Física da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Hoje, o legado de Cesar Lattes vive nos corredores e laboratórios dessas instituições que ajudou a criar. O CBPF, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, mantém colaborações internacionais de peso, como o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) e o Laboratório Fermi (Fermilab). O Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp, com seu Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia fundado por Lattes, continua a ser um centro de referência em pesquisa. “O Lattes foi o cientista responsável por abrir as portas experimentais da física de partículas”, afirma Heráclio Duarte Tavares, professor do curso de História da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

 

Assista ao vídeo completo:

 

Blog Ciencia e Cultura

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