teens

O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia?

Pesquisa do INCT-CPCT mostra que os jovens têm alto interesse pela ciência e que internet é principal fonte de informação

 

O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia? Buscando responder a essa pergunta, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia (INCT-CPCT) pesquisou as opiniões, os interesses e as atitudes dos jovens entre 15 e 24 anos no país em relação ao tema. O resumo executivo do estudo já está disponível.

Essa geração, que cresceu junto com a internet no Brasil, tem alto interesse pela ciência e tendem a ver a ciência e a tecnologia como algo bem positivo. A ciência e a tecnologia estão presentes em seu dia a dia, seja pela escola ou universidade, seja pelas novas ferramentas tecnológicas ao seu alcance. Por outro lado, preocupam-se com as aplicações do conhecimento científico e tecnológico e em checar suas fontes. Isso é o que mostra os resultados do estudo, que dá sequência a uma proposta iniciada em 2019, quando o INCT-CPCT realizou a primeira survey com foco nesse público.

Após a pandemia, que desafiou o mundo em aspectos sociais, econômicos e políticos, e impactou significativamente a ciência e suas instituições, uma nova pesquisa foi realizada para entender as mudanças e continuidades nas percepções dos jovens sobre ciência e tecnologia. Foram entrevistados 2.276 jovens com idade na faixa estabelecida. As entrevistas aconteceram entre 3 e 25 de fevereiro de 2024, realizadas em domicílio, por equipe treinada. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro de 2,12%.

 

Interesse pela ciência

O interesse dos jovens brasileiros por temas ligados à ciência e tecnologia (C&T) é expressivo. Segundo a pesquisa, 77% dos entrevistados demonstram muito interesse ou interesse pelo meio ambiente, 67% por ciência e tecnologia, e 66% por medicina e saúde. Esses percentuais são superiores aos declarados por religião (63%), esportes (63%), arte e cultura (59%) e política (28%). Em comparação com a pesquisa de 2019, o interesse por medicina e saúde caiu de 74% para 66%. A pesquisa também revela que o interesse em C&T é maior entre jovens com maior escolaridade e varia regionalmente, com o Norte do país registrando o percentual mais alto.

A percepção dos jovens sobre a ciência tornou-se mais positiva. A maioria acredita que a ciência traz mais benefícios do que riscos para a humanidade, com 67% afirmando que a ciência oferece muitos benefícios e 15% percebendo muitos riscos. Comparado à pesquisa de 2019, houve uma redução no número de jovens que enxergam “alguns riscos” (de 53% para 39%) e um aumento daqueles que acreditam em “poucos riscos” (de 30% para 45%).

Apesar do interesse e da percepção positiva, apenas um em cada dez jovens considera a ciência feita no Brasil como avançada. Quatro em cada dez a veem como intermediária, enquanto metade acredita que é atrasada. Esses números são semelhantes aos da pesquisa de 2019.

Além disso, os jovens demonstram cautela sobre as aplicações do conhecimento científico e tecnológico. Para 74%, “os cientistas têm poderes que os tornam perigosos” devido ao conhecimento que possuem, e 89% concordam que os cientistas devem expor publicamente os riscos das suas pesquisas. Esses resultados são similares aos da pesquisa anterior. Além disso, há um forte desejo por maior controle e participação social nas decisões sobre C&T. A maioria dos jovens acredita que a população deve ser ouvida nas grandes decisões sobre os rumos da C&T (84%) e desejam maior regulamentação da pesquisa científica pelo estado (79%).

 

Checagem de informação

A internet e as redes sociais são as principais fontes de informação para 81% dos jovens, enquanto a televisão, seja no aparelho de TV ou online, é o segundo meio mais utilizado. Em contraste, apenas 17% dos jovens se informam frequentemente por jornais impressos ou online, e 10% por revistas, com 47% dos entrevistados afirmando nunca utilizar revistas para se informar sobre C&T. Conversas sobre C&T também são comuns, especialmente com amigos, familiares e professores. Entre as plataformas mais utilizadas, o Google lidera com 87% dos entrevistados, seguido pelo Instagram (80%) e YouTube (77%).

Os jovens estão divididos quanto à facilidade de identificar notícias falsas sobre C&T: 46% acham fácil ou muito fácil, enquanto 53% acham difícil ou muito difícil. Em 2019, 68% dos jovens consideravam essa tarefa muito difícil, indicando uma melhora na habilidade de lidar com desinformação. Além disso, 41% dos jovens acreditam receber notícias falsas sobre C&T com pouca frequência, um número semelhante ao de 2019 (42%).

 

Confira o resumo executivo aqui

 

Capa. Freepik.com
Blog Ciencia e Cultura

Blog Ciencia e Cultura

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Palavras-chaves
CATEGORIAS

Relacionados