Equipe de especialistas nacionais e internacionais avaliará os danos e implementará ações de resgate e recuperação de museus e acervos históricos devastados pelas inundações.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou o envio de uma missão internacional de emergência ao Rio Grande do Sul para avaliar os danos causados aos bens culturais e arquivos do estado pelas recentes enchentes. Desde o final de abril, o estado brasileiro enfrenta inundações sem precedentes, afetando 478 municípios e cobrindo quase completamente algumas cidades.
As consequências das enchentes foram devastadoras. Até o início de julho, mais de 2,3 milhões de pessoas foram impactadas, com 182 mortes confirmadas e mais de 735 mil pessoas desabrigadas. O setor cultural também sofreu significativamente, com 50 museus afetados, variando desde destruição completa até danos por infiltração de água, problemas no telhado e transbordamento de calhas. Os danos aos equipamentos e coleções foram severos e ainda estão sendo quantificados.
Especialistas nacionais e internacionais enviados pela Unesco realizarão uma avaliação detalhada do patrimônio cultural afetado, sugerindo ações para resgatar e recuperar arquivos, itens e coleções locais. A equipe inclui Andrea Richards, historiadora e arqueóloga de Barbados, e Samuel Franco, um socorrista cultural da Guatemala, que permanecerão no estado até 19 de julho de 2024.
A missão promoverá a troca de ideias e o compartilhamento de experiências entre a comunidade local e especialistas internacionais que já responderam a várias emergências culturais ao redor do mundo. A aprovação do Fundo Emergencial de Patrimônio do Rio Grande do Sul é um passo crucial para a preservação do rico patrimônio cultural do estado, severamente afetado por enchentes e desastres naturais. Este fundo permitirá que a Unesco e seus parceiros trabalhem em estreita colaboração com as comunidades locais para proteger e recuperar tesouros culturais fundamentais para a identidade e a história da região.
Em resposta à emergência, o Ministério da Cultura criou uma Rede de Mapeamento e Recuperação do Patrimônio Material, Museus, Acervos Arqueológicos e Arquivos do Rio Grande do Sul. Esta rede multissetorial inclui esforços combinados de autoridades governamentais em níveis nacional, estadual e municipal, além da sociedade civil e organizações internacionais como o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Arquivo Nacional, universidades públicas do estado, o Governo do Rio Grande do Sul, o Icomos Brasil e a Unesco.
A ação coordenada visa garantir a proteção e recuperação do patrimônio cultural do estado, fortalecendo a resiliência das comunidades e preservando a rica herança cultural do Rio Grande do Sul frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e desastres naturais.
Com informações de ONU News