Martin Grossmann, professor da USP, defende a importância da comunicação e da arte no combate à desinformação e ao autoritarismo em vídeo especial da Ciência & Cultura
Em meio ao crescente cenário de polarização política e avanços autoritários, a comunicação de qualidade e a arte se apresentam como instrumentos vitais para a preservação da democracia. Na edição especial da revista Ciência & Cultura, Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC e professor da USP, conduz uma série de entrevistas com pensadores que destacam a importância desses campos no combate à desinformação. Martin Grossmann, professor da USP e coordenador da Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência, sublinha como a comunicação pode ser uma ponte contra as fake news e as ameaças às liberdades civis, defendendo o entendimento mútuo e a construção de uma sociedade mais coesa.
A arte, além de seu papel crítico e transformador, surge como uma força poderosa em tempos de crise democrática. Martin Grossmann observa que, em regimes autoritários, onde a liberdade de expressão é restringida, a arte se torna um canal essencial de resistência. Ela permite questionar as estruturas opressivas e oferecer uma plataforma para vozes marginalizadas, essenciais para a defesa de direitos e a promoção de uma democracia inclusiva. No entanto, ele também destaca os riscos das mídias digitais, que, com sua curadoria algorítmica, podem reforçar bolhas informacionais e limitar o acesso a uma pluralidade de ideias, o que é um obstáculo à compreensão e ao diálogo saudável. “A arte perdeu, em grande parte, o impacto transgressor e crítico que tinha antes. Ela se mantém confinada a espaços protegidos como museus, galerias, feiras e bienais, diferente do que ocorria no século XX, quando o campo da arte se expandiu”, pontua.
A ameaça da desinformação vai além da simples manipulação de fatos; ela enfraquece a confiança nas instituições e prejudica o bem-estar da população, criando um ambiente de incerteza e desconfiança. Em um contexto como esse, Martin Grossmann reforça que a comunicação de qualidade, apoiada pela ciência e pela arte, deve ser uma prioridade para garantir que os cidadãos recebam informações precisas e transparentes. Ele defende que, ao unir ciência, arte e comunicação, é possível construir uma sociedade mais consciente, crítica e capaz de resistir às tentativas de distorção da realidade, protegendo, assim, a democracia e o bem-estar coletivo.
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