Wilson Gomes, professor da UFBA, discute o papel estratégico da comunicação no combate à desinformação em episódio do Ciência & Cultura Cast
Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD), tem se destacado como um dos principais pensadores sobre o impacto da desinformação na democracia. Em uma série de entrevistas conduzidas por Renato Janine Ribeiro para a edição especial da revista Ciência & Cultura sobre “Desinformação, Democracia e Autoritarismo”, ele aborda a urgência de fortalecer a comunicação ética e baseada em dados para combater a polarização crescente e a disseminação de fake news. Ainda, enfatiza que a comunicação confiável, longe da manipulação das redes sociais, é a principal barreira contra o autoritarismo, sendo fundamental para a manutenção de um jornalismo plural e para a saúde democrática.
O pesquisador alerta que a desinformação, alimentada pela busca incessante por curtidas e engajamento, não só distorce a verdade, mas também mina a confiança nas instituições democráticas, criando um ambiente de extrema polarização. Para Wilson Gomes, a solução vai além da verificação de fatos: é necessária uma educação midiática robusta, que capacite a população a identificar fontes confiáveis e a resistir a narrativas falsas. Ele defende que o fortalecimento do jornalismo ético, aliado a estratégias educativas, é crucial para combater as mentiras que se espalham nas plataformas digitais e para garantir a convivência pacífica e democrática na sociedade. “A democracia exige tolerância, mas, infelizmente, estamos vivendo em uma sociedade onde cada lado vê o outro como um inimigo a ser eliminado”, pontua.
A interseção entre ciência, comunicação e arte também se destaca no trabalho de Wilson Gomes, que acredita que essas áreas combinadas podem ser potentes ferramentas de sensibilização e mobilização social. Ele sugere que, ao proporem novas narrativas e formas de engajamento, ciência e arte têm o poder de conectar diferentes setores da sociedade, superando bolhas informativas e criando um espaço de diálogo plural. Em um cenário global de múltiplas crises, reafirma que a comunicação não é apenas um meio técnico, mas um instrumento vital para a saúde social, o fortalecimento da democracia e a construção de uma sociedade mais justa e informada.
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