Entenda a importância histórica do 8 de março, os riscos enfrentados pelas mulheres na atualidade e como a ciência pode impulsionar a equidade de gênero.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é mais do que uma data comemorativa; é um marco histórico na luta por igualdade de gênero e direitos humanos. Reconhecida oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977, a data tem suas raízes no início do século XX, quando movimentos feministas reivindicavam melhores condições de trabalho, direito ao voto e igualdade social. Desde então, o 8 de março simboliza tanto conquistas quanto desafios na construção de uma sociedade mais justa.
Para 2025, a ONU propõe como tema central a interseção entre gênero e tecnologia, destacando a necessidade de incluir as mulheres nas discussões e decisões relacionadas à inovação e transformação digital. A pauta visa combater desigualdades exacerbadas pela exclusão digital e garantir que as vozes femininas sejam ouvidas em setores estratégicos para o futuro da humanidade. A abordagem também enfatiza a urgência de políticas que enfrentem a violência de gênero online, um problema crescente que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. (Figura1)

Figura 1. A ONU propõe a interseção entre gênero e tecnologia para 2025, incluindo as mulheres nas discussões sobre inovação e transformação digital.
(Foto: Pnud Azerbaijão/ ONU Mulheres. Reprodução)
Violência
Apesar dos avanços legais e sociais, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos, incluindo discriminação, desigualdade salarial e violência. Dados da ONU apontam que, globalmente, 1 em cada 3 mulheres já sofreu algum tipo de violência física ou sexual. Além disso, as mulheres continuam sub-representadas em posições de liderança política e corporativa, reflexo de estruturas históricas de poder que perpetuam desigualdades.
“Discutir políticas de gênero é essencial para enfrentar essas questões e promover um ambiente mais inclusivo.”
Discutir políticas de gênero é essencial para enfrentar essas questões e promover um ambiente mais inclusivo. Essas discussões vão além das fronteiras de gênero, impactando diretamente o desenvolvimento econômico e social. Estudos mostram que países com maior equidade de gênero apresentam economias mais fortes e sociedades mais resilientes.
Ciência
A ciência desempenha um papel fundamental nesse processo, fornecendo evidências para embasar políticas públicas e iniciativas sociais. Pesquisas sobre violência de gênero, saúde reprodutiva e impacto da desigualdade são fundamentais para criar intervenções eficazes. Além disso, a inclusão de mulheres na ciência não é apenas uma questão de justiça, mas também de eficiência: a diversidade no campo científico amplia perspectivas e possibilita soluções mais criativas e abrangentes para os desafios globais.
“A diversidade no campo científico amplia perspectivas e possibilita soluções mais criativas e abrangentes para os desafios globais.”
No Brasil, iniciativas como o Prêmio Carolina Bori, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), reconhecem a contribuição das mulheres na ciência e incentivam futuras gerações a seguirem carreiras científicas. Em 2025, o prêmio reforçou o compromisso com a equidade, premiando pesquisadoras que contribuem para o avanço científico e inspiram outras mulheres a romper barreiras. (Figura 2)

Figura 2. Iniciativas como o Prêmio Carolina Bori da SBPC incentivam futuras gerações a seguirem carreiras científicas.
(Foto: SBPC. Reprodução)
Promover maior participação feminina na ciência é essencial para transformar não apenas o setor, mas a sociedade como um todo. Mulheres cientistas, ao desafiarem estereótipos de gênero, mostram que talento e inovação não têm fronteiras. Seu protagonismo inspira novas gerações e redefine papéis, criando um futuro em que meninas e mulheres possam sonhar e realizar sem limitações.