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Como a ciência aberta impulsiona a inclusão e o direito à ciência

Movimento global promove acesso ao saber, integrando populações indígenas, quilombolas e grupos marginalizados ao universo científico.

 

A Ciência Aberta está revolucionando a forma como o conhecimento científico é produzido e compartilhado. Com princípios que defendem o acesso gratuito e inclusivo, ela tem o potencial de reduzir desigualdades, democratizar o saber e aproximar grupos tradicionalmente excluídos da ciência, como comunidades indígenas, quilombolas e populações em áreas rurais e periféricas. Reconhecida pela UNESCO como uma ferramenta essencial para a justiça social e o desenvolvimento sustentável, a Ciência Aberta vai além de um movimento acadêmico: é uma promessa de transformação social.

O conceito de Ciência Aberta, promovido pela UNESCO e adotado em diversas partes do mundo, visa tornar o conhecimento científico acessível e reutilizável para todos. Por meio de práticas como o acesso aberto a publicações, dados abertos e ciência cidadã, ela busca conectar a ciência às demandas da sociedade e criar um diálogo inclusivo entre diferentes saberes. De acordo com a UNESCO, a Ciência Aberta “inclui todas as disciplinas científicas e aspectos de práticas acadêmicas, baseando-se em pilares como conhecimento científico aberto, comunicação científica e diálogo com sistemas de conhecimento além da ciência tradicional.”

 

Impacto da ciência aberta na inclusão de populações marginalizadas

No Brasil, regiões rurais e periféricas enfrentam barreiras significativas de acesso ao conhecimento científico devido à falta de recursos. A Ciência Aberta, aliada ao uso de software livre, tem sido um catalisador de mudança. Ferramentas como Linux e LibreOffice oferecem soluções gratuitas e adaptáveis, permitindo que escolas e projetos comunitários implementem tecnologias mesmo em condições limitadas.

 

“No Brasil, regiões rurais e periféricas enfrentam barreiras significativas de acesso ao conhecimento científico devido à falta de recursos.”

 

Essas iniciativas têm especial impacto no ensino fundamental e médio, onde a introdução de tecnologia e programação reduz desigualdades educacionais. “O software livre não apenas elimina custos, mas também possibilita o reaproveitamento de equipamentos, ampliando a inclusão digital”, explica Nelson Lago, especialista em tecnologia educacional.

A ciência aberta também é uma aliada para as comunidades indígenas e quilombolas, oferecendo meios para a preservação cultural e o desenvolvimento científico. Plataformas de aprendizado baseadas em código aberto podem ser adaptadas para incluir idiomas tradicionais e conteúdos que valorizem o patrimônio histórico desses grupos. Além disso, ferramentas colaborativas permitem que essas comunidades monitorem seus territórios, contribuam com dados sobre biodiversidade e participem ativamente de pesquisas científicas. Por exemplo, projetos de ciência cidadã têm permitido que quilombolas registrem impactos ambientais em seus territórios, enquanto comunidades indígenas utilizam tecnologias abertas para mapear áreas de preservação e fortalecer a gestão de seus recursos naturais.


Figura 1. Ciência aberta também pode ser uma aliada para as comunidades indígenas e quilombolas, oferecendo tanto acesso a recursos digitais como meios para a preservação cultural.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil. Reprodução)

 

Apesar do potencial transformador, a Ciência Aberta enfrenta desafios. A falta de infraestrutura tecnológica, políticas públicas específicas e capacitação de profissionais limita sua implementação em áreas remotas. Para que essas barreiras sejam superadas, é essencial que governos, universidades e organizações não governamentais invistam em parcerias que priorizem a inclusão e o fortalecimento da ciência cidadã.

 

 

“Ao ampliar o acesso ao conhecimento científico, a Ciência Aberta também fortalece o direito humano à ciência.”

 

Ciência aberta e o direito humano à ciência

Ao ampliar o acesso ao conhecimento científico, a Ciência Aberta também fortalece o direito humano à ciência, um princípio consagrado pela UNESCO. A ideia é simples, mas poderosa: todos têm o direito de se beneficiar do progresso científico e de contribuir para ele. Durante a pandemia de Covid-19, vimos o potencial da Ciência Aberta em ação. A colaboração global e o acesso aberto a dados permitiram avanços rápidos no desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Essa experiência destaca a importância de um sistema científico mais transparente e inclusivo para enfrentar desafios globais.


Figura 2. Ciência aberta durante pandemia de Covid-19 permitiu colaboração e avanços fundamentais.
(Foto: Ascom/HUB. Reprodução)

 

Capa. Ciência Aberta foca na criação, disseminação e democratização do conhecimento por meio da colaboração entre pesquisadores.
(Foto: Freepik.com. Reprodução)
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