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Fake news e desinformação: ameaças ao combate à covid-19

Relatório da ONU revela riscos da poluição da informação para a saúde pública, inclusive comprometendo a eficácia das campanhas de vacinação

A desinformação e as fake news são dois dos maiores riscos no combate à pandemia do coronavírus. Isso é o que aponta relatório “Explorando debates online da covid-19 e a poluição de informações na América Latina e no Caribe, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e a firma digital Constella Intelligence. O documento, publicado na última semana, revela os riscos que a poluição da informação representa não apenas para a eficácia das respostas à pandemia, mas também para a coesão social e o funcionamento dos sistemas de governança.

A publicação aponta que 1,4% do conteúdo revisado na região da América Latina e Caribe pode ser classificado como poluição de informação, que surge quando o conteúdo é “reembalado”, reformulado ou reproduzido. Embora a proporção possa parecer pequena, ela corresponde a meio milhão de itens ao longo de quatro meses, tendo um impacto descomunal em audiências consideradas vulneráveis. O estudo define a poluição da informação como conteúdo falso, enganoso e manipulado dentro ou fora da internet, criado, produzido e disseminado de forma intencional ou não, e que tem o potencial de causar informação falsa.

O documento analisou mais de 500 mil peças de redes sociais no mundo, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, em todas as plataformas públicas, incluindo Twitter, Facebook, YouTube, Instagram, domínios de mídia, blogs e outras comunidades online. Com várias menções ao Brasil, o relatório ressalta que o país foi um dos que tiveram um dos maiores aumentos globais de usuários da mídia social entre 2020 e 2021. O total subiu em 10 milhões ou 7,1% pessoas a mais.

Desinformação

A disseminação de desinformação foi considerada alta na região. Temas como tratamentos alternativos foram consumidos por 34% dos brasileiros, as alegações de que a pandemia foi planejada por 32%, e sobre vacinas por 22%. Na classe da poluição de informações sobre vacina, materiais sobre efeitos colaterais do imunizante atingiram 34% do público analisado e sobre o imunizante utilizar microchips, 15%.

Segundo o documento, o contexto de informações errôneas e de problemas de confiança geram ineficiências tangíveis de saúde pública, comprometendo ganhos sociais críticos e prolongando a pandemia. O relatório também insta líderes políticos, agências governamentais, mídia, empresas de mídia social, sociedade civil, líderes religiosos e comunitários, influenciadores e personalidades a trabalharem juntos para combater a poluição de informações sobre a covid-19, vacinas e outros na região.

 

Imagem por Freepik.com
Blog Ciencia e Cultura

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