Com o dobro da área construída, 12 exposições e seu acervo inteiramente restaurado, o Museu do Ipiranga está pronto para a comemoração do Bicentenário da Independência. Foram dois anos de muito trabalho para recuperar o edifício-monumento fundado em 1895.
As reformas começaram em outubro de 2019 e agora caminham para a conclusão de sua última etapa: a de ampliação. Construído no fim do século XIX pelo engenheiro e arquiteto Tommaso Gaudenzio Bezzi, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, está fechado para o público desde 2013 devido a péssimas condições físicas e estruturais. A previsão é que o museu seja reaberto em setembro para as comemorações do Bicentenário da Independência. As obras de restauro, ampliação e modernização do museu são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura e seu custo total é estimado em R$ 211 milhões.
Um trabalho grandioso como o museu
O prédio passou por uma reforma total, com reparos em todos os detalhes da arquitetura. A restauração incluiu os 7.600 metros quadrados das fachadas, que, pela primeira vez passaram por limpeza, decapagem, recuperação dos ornamentos, aplicação de argamassa, tratamento de trincas e pintura. Para a pintura, foi utilizada uma tinta mineral desenvolvida especialmente para o museu, que permite a troca de umidade entre o prédio de cal e o ambiente.
Tetos e paredes do interior receberam tratamento similar. Os elementos de marcenaria, como as 450 portas e janelas, foram catalogados, retirados e restaurados em oficinas no canteiro de obras, e recolocados no mesmo lugar, bem como os 1.900 metros quadrados de assoalho que revestem o piso da edificação e as cerca de 1.300 peças de ladrilho hidráulico franco-alemão do piso. Todo o processo contou com o trabalho de 54 profissionais, entre restauradores, pedreiros, pintores e estucadores.
Ampliação
Além de reformado, o museu também está sendo ampliado. A obra inclui a construção de mais 6.845 metros quadrados de áreas destinadas à visitação, o que dobrará a capacidade de seu espaço. O prédio contará com uma nova entrada, bilheteria, auditório para 200 pessoas, espaço educativo, café, loja e sala de exposição temporária. Na esplanada, o assentamento do piso em mosaico português da área central foi aumentado. Em frente ao museu, será construído um Jardim Francês, uma área de paisagismo que prevê a instalação de um restaurante, criação de infraestrutura para food bikes, restauro e modernização da iluminação pública, requalificação das vias de acesso e a reativação da fonte central.
Acervo
Além da restauração do prédio, também foi realizado trabalhos de conservação dos itens que estarão expostos na reabertura. São mais de três mil objetos do acervo que estão passando ou já passaram por restauração. Entre eles, encontram-se 122 pinturas e duas maquetes de grande porte — incluindo o quadro mais conhecido do acervo do museu, a tela “Independência ou Morte”, de Pedro Américo.
Na inauguração do Novo Museu do Ipiranga, o público terá a oportunidade de visitar 12 exposições — 11 de longa duração e uma temporária. As de longa duração são divididas em dois eixos temáticos: “Para entender a sociedade” e “Para entender o museu”. A exposição de curta duração, denominada “Memórias da Independência”, estará aberta por quatro meses e trará acervos de outras instituições brasileiras, especialmente do Rio de Janeiro e da Bahia. No total, serão expostos 3.058 itens pertencentes ao acervo do museu, 509 itens de outras coleções e 76 reproduções e fac-símiles.
*Com informações do Jornal da USP