14,9 milhões de pessoas em todo o mundo morreram devido ao covid-19, direta ou indiretamente. Isso representa 9,4 milhões de mortes a mais que o total reportado como sendo causado pelo novo coronavírus. Esse é o resultado de dois anos de pandemia, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os números, anunciados na última semana pela OMS, correspondem ao período entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021 e representam um total quase três vezes maior do que o anunciado oficialmente. Até agora, a OMS havia contabilizado 5,4 milhões de óbitos relatados à agência da ONU pelas autoridades sanitárias de todo o mundo. Os novos dados mostram a alta subnotificação de casos em todo o mundo.
Cálculo
A nova análise foi realizada por especialistas do Grupo Técnico Consultivo para Avaliação de Mortalidade pela Covid-19 e consultas aos países, que utilizaram uma nova metodologia “para gerar estimativas de mortalidade comparáveis, mesmo quando os dados estão incompletos ou indisponíveis.”
Os dados incluíram mortes diretas associadas à covid-19 ou óbitos indiretos devido ao impacto da crise nos sistemas de saúde e na sociedade. Nas mortes indiretamente ligadas ao coronavírus se consideram condições de saúde para as quais as pessoas não tiveram acesso à prevenção e tratamento devido à sobrecarga dos sistemas de saúde.
Excesso
Segundo a OMS, a maioria das mortes em excesso, ou 84%, está concentrada no Sudeste Asiático, Europa e Américas. Apenas 10 países em todo o mundo apresentam cerca de 68%. Economias de renda média respondem por 81% das 14,9 milhões de mortes em excesso. Destas, cerca de 53% em nações de rendas média-baixa e 28% em países de renda-média alta durante os 24 meses.
As estimativas para o período em análise também consideraram o excesso de mortalidade por idade e sexo. O maior número de vítimas fatais foram homens (57%) e idosos.
O cálculo do excesso de mortalidade é a diferença entre o número de mortes que ocorreram e o número esperado na ausência da pandemia com base em dados de anos anteriores. A estimativa de mortes em excesso também pode ser influenciada por óbitos evitados na crise devido aos menores riscos de determinados eventos, como acidentes automobilísticos ou acidentes de trabalho.
* Com informações da ONU