A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) lançou na última semana a Comissão de Alto Nível sobre Saúde Mental e Covid-19. O grupo de trabalho desenvolverá diretrizes e recomendações para reduzir o impacto gerado na saúde mental da população na região por conta da razão da pandemia. O trabalho se concentrará em cinco áreas principais: recuperação da pandemia e promoção da saúde mental como prioridade, necessidades de saúde mental das populações vulneráveis, integração da saúde mental na cobertura universal de saúde, financiamento, bem como promoção e prevenção de condições de saúde mental.
A ação surge depois que um dossiê científico publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25% no primeiro ano da pandemia. Uma análise da Opas na região das Américas também sugeriu que um terço das pessoas que sofreram com a covid-19 foram diagnosticadas com um transtorno neurológico ou mental. Outro estudo realizado com o apoio da Organização mostra que, em 2020, entre 14,7% e 22% dos profissionais de saúde apresentavam sintomas que levavam à suspeita de depressão.
Esforço coletivo
A Opas alerta que a pandemia de covid-19 teve efeitos arrasadores e é esperado que muitos deles sejam de longo prazo.
Segundo a agência, os países das Américas têm feito esforços importantes para atender às crescentes necessidades de saúde mental durante a pandemia. No entanto, a baixa prioridade dada ao tema historicamente, com recursos humanos e financiamento insuficientes e mal capacitados, tem dificultado a capacidade de resposta adequada.
Os membros da Comissão prepararão um relatório com as principais recomendações baseadas em evidências para melhorar a saúde mental nas Américas e transformar os sistemas e serviços de saúde mental após a pandemia. O trabalho deve ser concluído no último trimestre de 2022.
* Com informações da ONU