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Contribuição Afro para a ciência e a tecnologia no Brasil

Origem de conhecimentos trazidos pelas populações do continente africano ainda é pouco reconhecida

 

Muito do que a cultura eurocêntrica apresenta como fruto de conhecimento acumulado pelos europeus tem suas origens na África. Ainda hoje, no século XXI, a origem destes conhecimentos milenares trazidos pelas populações do continente africano é pouco reconhecida pela Academia e pela população em geral, porque sequer faz parte dos conteúdos escolares.

“Os europeus não tinham tecnologias tropicais, e eles vão buscar estas tecnologias no passado africano”, diz Henrique Antunes Cunha Júnior, professor do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para Guadalupe do Nascimento Campos, professora do programa de pós graduação em Museologia e Patrimônio  da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a principal contribuição das populações africanas trazidas para o Brasil foi a transferência de tecnologia da metalurgia e também de materiais cerâmicos.

“O discurso hegemônico é de que as populações africanas não passavam de mão de obra escrava, mas quando olhamos com rigor percebemos que elas trazem diversos conhecimentos”, afirma Lucas César Rodrigues da Silva, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que classifica como epistemicídio este silenciamento.

“Os primeiros passos da inovação, da tecnologia e da ciência se deram no Continente Africano”, corrobora Carlos Eduardo Dias Machado, professor da Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Educação. Segundo o pesquisador, a educação formal não dá a importância devida a esta história. Há uma disputa de narrativas onde o conhecimento eurocentrado prevaleceu, mas hoje assistimos a um confronto fundamentado a este conhecimento eurocentrado que tem gerado mudanças.

O combate ao racismo científico tem sido foco de estudo, no entanto, pouco se conhece, ainda, sobre aqueles que o combateram. Cunha Júnior destaca nomes de pesquisadores que dentro da Academia reagiram ao racismo, como Juliano Moreira, Manuel Querino, Virgínia Bicudo, Guerreiro Ramos, Clóvis Moura, Beatriz Nascimento e Milton Santos.

Assista ao vídeo na íntegra em:

Blog Ciencia e Cultura

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