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Desmatamento na Amazônia e aquecimento global afetam transporte de umidade e clima na América do Sul

Aumento da temperatura e exploração madeireira indiscriminada na selva estão ligados à abundância de chuvas no sul

 

O transporte crucial de umidade da floresta amazônica para o sul do continente enfrenta sérios desafios devido ao aquecimento global e ao desmatamento, alerta um recente estudo publicado na revista Science of the Total Environment. Esse fenômeno, essencial para o equilíbrio climático regional, poderá se agravar caso a temperatura global ultrapasse 2°C, conforme as previsões para o final do século.

O estudo, conduzido por especialistas internacionais, concentrou-se em analisar os impactos combinados do aquecimento global e do desmatamento na Amazônia sobre o clima, especialmente na Bacia do Prata, que abrange partes do sul do Brasil, Uruguai e leste da Argentina. A pesquisa utilizou modelagem climática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil.

Os resultados revelam que tanto o desmatamento quanto o aquecimento global influenciam o transporte de umidade da floresta para a Bacia do Prata através dos chamados “rios voadores”. Em um cenário de aquecimento global, os efeitos na fisiologia florestal podem ser ainda mais impactantes do que o próprio desmatamento. Os “rios voadores” são colunas de água que percorrem o continente sul-americano, contribuindo para as chuvas abundantes no verão austral. Entender como esses fenômenos estão interligados é crucial, pois a Bacia do Prata depende da umidade transportada da Amazônia para sustentar seu período chuvoso. As descobertas destacam a necessidade de aprimorar práticas e planejar um futuro resiliente contra as mudanças climáticas.

 

Pico do El Niño eleva riscos de eventos climáticos extremos

Novembro marca o início da fase mais intensa do fenômeno climático El Niño, alerta a Organização Meteorológica Mundial (OMM). A previsão é que o fenômeno contribua para um aumento ainda maior da temperatura global em 2024, com a possibilidade de novos recordes.

O pico do El Niño entre novembro e janeiro pode ser de forte intensidade, mas a probabilidade de compará-lo a eventos historicamente intensos, como em 1997 e 2015-2016, é de apenas 35%. O El Niño é agravado pelo aquecimento causado pelas emissões de gases poluentes. Isso leva a um alerta para eventos climáticos extremos nos próximos meses, incluindo chuvas fortes, inundações, secas intensas e calor extremo. As precipitações acima do normal atingirão regiões como a África Oriental, as bacias dos rios Paraná e La Plata na América do Sul, o sudeste da América do Norte e partes da Ásia Central e Oriental. Enquanto isso, chuvas abaixo da média prolongarão a seca no norte da América do Sul, Austrália, Indonésia, Papua Nova Guiné, Filipinas e partes do Oceano Pacífico. As temperaturas muito acima da média são previstas em várias regiões, destacando a necessidade urgente de abordar as mudanças climáticas e suas consequências globais.

Com informações de SciDev.Net e ONU News

 

Capa. Alex Pazuello/ Amazonas Hoje. Reprodução
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