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Crise Hídrica Global: Impacto no Hemisfério Sul é maior que no Norte

Estudo Revela a Liderança da Região na Redução da Disponibilidade de Água Terrestre, Desencadeando Preocupações Ambientais e Alimentares

 

Um recente estudo publicado na revista Science revela que o Hemisfério Sul lidera as contribuições para o declínio global da disponibilidade de água terrestre nas primeiras duas décadas deste século. Essa redução exerce pressão significativa sobre os ecossistemas, aumentando o risco de secas e inundações, liberando dióxido de carbono armazenado nas plantas e afetando os sistemas alimentares. As regiões mais impactadas por essa tendência alarmante são a América do Sul, África e o centro e noroeste da Austrália.

De acordo com o estudo, a disponibilidade hídrica na Terra resulta da diferença entre a água da chuva que atinge o solo e a água captada na atmosfera pelo processo de evapotranspiração. Nas últimas décadas, mudanças nos padrões de chuvas e fenômenos climáticos, especialmente relacionados ao El Niño-Oscilação Sul (ENOS), alteraram esse ciclo fundamental. O Hemisfério Sul enfrenta um declínio mais acentuado, enquanto o Hemisfério Norte registra uma redução mais modesta de 12 milímetros por ano.

As causas dessa diminuição variam de acordo com a região. Em zonas áridas do Sul, o aumento da evapotranspiração é apontado como fator significativo, enquanto em áreas úmidas, como a Amazônia, observa-se uma diminuição nos níveis de precipitação. Em comparação, o Hemisfério Norte, apesar de possuir quase 50% mais terra que o Sul, apresenta estabilidade na disponibilidade de água.

O estudo alerta para o papel crucial do ENSO nas flutuações dos níveis de precipitação no Hemisfério Sul, com La Niña favorecendo alta disponibilidade de água e El Niño contribuindo para baixa disponibilidade. Com as mudanças climáticas e o agravamento do El Niño, a disponibilidade de água no Hemisfério Sul pode diminuir ainda mais, de acordo com especialistas.

Uma análise adicional na mesma edição da Science destaca as consequências da redução observada, ressaltando que níveis significativamente mais baixos nos rios e aquíferos podem levar a condições de seca, afetando ecossistemas e populações. Os autores recomendam iniciativas como a construção de reservatórios, desvios de irrigação, melhorias no sistema de captação de águas pluviais e a promoção de cultivos que demandem menos água para mitigar os efeitos adversos. Diante desse panorama, a necessidade de aprimorar modelos de simulação e obter mais dados de medição de satélite é enfatizada como crucial para uma compreensão mais precisa e previsão eficaz desses desafios iminentes.

Com informações de SciDev.Net

 

Capa. Agência Brasil. Reprodução
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