Os aterros de resíduos eletrônicos representam um risco de contaminação para os seres humanos e para o ambiente
Os aterros de resíduos eletrônicos representam um sério risco tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente, contendo micropartículas potencialmente tóxicas e poluentes orgânicos persistentes (COP). Segundo o Global E-waste Monitor 2024, em 2022, o mundo gerou 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico, com uma média de 7,8 kg por pessoa. No entanto, apenas 22,3% desse lixo foi documentado como recolhido e reciclado.
As Américas ocupam o terceiro lugar na geração desses resíduos, totalizando 14 bilhões de kg, com a América do Norte liderando as exportações para o resto do continente, especialmente para a América Central. Em 2019, aproximadamente 92.913 toneladas de resíduos eletrônicos foram enviadas da América do Norte para a América Central e do Sul.
Os Estados Unidos lideram a produção global desse lixo, com 7,2 bilhões de quilos, seguidos pelo Brasil com 2,4 bilhões e o México com 1,5 bilhões. No entanto, apenas três por cento do lixo eletrônico na América Latina é tratado adequadamente, segundo dados da ONU, com o destino da grande maioria ainda sendo desconhecido.
Uma das preocupações centrais são os retardadores de chama bromados, dos quais a região emite anualmente 9 milhões de kg na atmosfera. Esses produtos químicos, amplamente utilizados em equipamentos eletrônicos, representam um grave risco para a saúde e o meio ambiente devido à sua persistência e toxicidade.
Regulação
Apesar de esforços regulatórios, como os da União Europeia, Estados Unidos e China, muitos países ainda carecem de legislação adequada para lidar com essas substâncias. No Brasil, por exemplo, falta uma lei específica para regulamentar e controlar esses contaminantes, enquanto no Peru, embora haja legislação específica, a falta de atualização dos dados representa um desafio.
Além da necessidade de regulamentação, a comunidade científica desempenha um papel crucial na conscientização e na busca por soluções sustentáveis. A defesa dos interesses da indústria em detrimento da saúde humana deve ser continuamente questionada, como demonstrado no debate sobre o amianto.
Apesar dos desafios, é fundamental que os esforços sejam intensificados para enfrentar o crescente problema do lixo eletrônico, protegendo tanto as pessoas quanto o planeta dos seus impactos nocivos.
Com informações de SciDev.Net
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