Com retorno financeiro atrelado à remoção de carbono, a nova iniciativa mobiliza US$ 225 milhões para reflorestamento e desenvolvimento sustentável na região amazônica.
O Banco Mundial lançou um novo título de dívida inovador para proteger a floresta amazônica, vinculando os retornos financeiros dos investidores à quantidade de carbono removido da atmosfera. Essa iniciativa, que abrange um período de nove anos, envolve US$ 225 milhões e visa aumentar os recursos para o reflorestamento na Amazônia.
Diferente dos títulos anteriores, que estavam atrelados à venda de créditos de carbono de emissões evitadas, este novo modelo liga os retornos dos investidores ao impacto climático gerado pela remoção de carbono. Através dessa transação, cerca de US$ 36 milhões serão mobilizados para apoiar as atividades de reflorestamento da empresa brasileira Mombak.
Os recursos serão direcionados para a compra de terras ou a criação de parcerias com proprietários na Amazônia, com o intuito de reflorestar áreas utilizando espécies nativas de árvores. Além de contribuir para a remoção de carbono, o reflorestamento promove a biodiversidade e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais, destaca o Banco Mundial.
A nova estrutura financeira adotará Unidades de Remoção de Carbono, considerado um modelo inovador para mobilizar capital privado em prol do financiamento do reflorestamento. Jorge Familiar, vice-presidente e tesoureiro do Banco Mundial, enfatiza a importância de uma variedade de parceiros e ferramentas de financiamento para apoiar a Amazônia, ajudando as comunidades locais a melhorar suas condições de vida, proteger a biodiversidade e desempenhar um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas.
Segundo Familiar, investidores privados estão cada vez mais interessados em vincular seus retornos financeiros a resultados positivos de desenvolvimento na região amazônica. Ele destaca o entusiasmo crescente com essa estrutura e a diversidade de setores apoiados pela iniciativa, a maior já criada pelo Banco Mundial para a região.
O Banco Mundial assegura que o novo título possui “100% do principal protegido”, com os US$ 225 milhões sendo destinados a atividades de desenvolvimento sustentável ao nível global. No caso da Mombak, as prioridades do Banco Mundial na Amazônia são atendidas sem a necessidade de financiamentos adquiridos por meio de acordos de compra antecipada de Unidades de Remoção de Carbono.
Parte da receita gerada pela venda dessas unidades será repassada aos investidores na forma de juros, além do cupom mínimo garantido pelo Banco Mundial. Esse título oferece aos investidores uma oportunidade de ganho financeiro superior aos títulos convencionais da instituição, caso os projetos e a monetização das Unidades de Remoção de Carbono de alta qualidade se concretizem conforme o esperado.
Com informações de ONU News
