Até 2050, cerca de 70% da população mundial viverá em espaços urbanos; 2 bilhões desses moradores podem enfrentar aumento adicional de temperatura de pelo menos 0,5°C até 2040.
No Fórum Urbano Mundial, realizado pela primeira vez em uma megacidade, o Cairo, especialistas e líderes globais debatem soluções para que centros urbanos se adaptem aos desafios trazidos pelas mudanças climáticas e pela rápida urbanização. Atualmente, cerca de metade da população mundial vive em cidades, e espera-se que esse índice suba para 70% até 2050, pressionando ainda mais as infraestruturas urbanas.
Em discurso de abertura, a diretora executiva da ONU-Habitat, Anacláudia Rossbach, destacou que o futuro do planeta depende das cidades e enfatizou a necessidade de transformar assentamentos informais e combater a falta de moradia, um problema que afeta cerca de 3 bilhões de pessoas. Segundo Rossbach, a “gentrificação verde” — um fenômeno em que intervenções como a criação de parques aumentam os preços dos imóveis e deslocam famílias de baixa renda — é um exemplo de que soluções climáticas devem ser mais inclusivas.
O novo Relatório Mundial das Cidades estima que até 2040, mais de 2 bilhões de pessoas nas áreas urbanas poderão enfrentar um aumento de temperatura de pelo menos 0,5°C. Contudo, com a necessidade de um financiamento anual entre US$ 4,5 a US$ 5,4 trilhões para tornar as cidades mais resilientes, o apoio financeiro disponível é de apenas US$ 831 bilhões, o que representa um grande obstáculo para o desenvolvimento sustentável. Como enfatizou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em mensagem ao Fórum: “O progresso real começa no nível local. Nas comunidades e na vida das pessoas.”
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