Planejamento urbano verde busca equilibrar crescimento econômico, preservação ambiental e bem-estar social diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Diante da crise climática, o planejamento de cidades sustentáveis se tornou um dos maiores desafios contemporâneos. Essas estratégias visam reduzir impactos ambientais, proteger populações vulneráveis e fortalecer a resiliência urbana, equilibrando crescimento econômico, bem-estar social e preservação ambiental. A meta é garantir qualidade de vida hoje, sem comprometer os recursos das gerações futuras.
No Brasil, as desigualdades sociais e econômicas tornam esse caminho ainda mais complexo. A falta de infraestrutura verde, os investimentos fragmentados e a pressão do crescimento urbano acelerado dificultam a implementação de soluções. A integração entre ciência, políticas públicas e participação social é fundamental para criar cidades resilientes, inclusivas e ambientalmente responsáveis. “São uma série de elementos para que se tenha uma cidade de dimensão humana”, pontua Marta Adriana Bustos Romero, professora do Departamento de Tecnologia (FAU/TEC) da Universidade de Brasília (UnB) e líder do Grupo de Pesquisa Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo.
A sustentabilidade urbana, contudo, vai além da pauta ambiental. Envolve mobilidade limpa, energia renovável, gestão eficiente de resíduos, acesso a áreas verdes, além de políticas que assegurem equidade e saúde pública. “Quando falamos em sustentabilidade, temos que pensar que equilibramos um tripé, são três fatores que precisam ter o mesmo peso. Não é só a questão ambiental: é o ambiental, o social e o econômico”, explica Izabele Colusso, coordenadora e docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISINOS e coordenadora da Especialização em CIDADES – Gestão Estratégica do Território Urbano. Para tanto, planos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, os Planos Diretores Municipais e as Agendas 21 Locais são ferramentas centrais, desde que utilizados de forma preventiva e com foco em soluções de longo prazo.
Experiências internacionais mostram que cidades sustentáveis não apenas reduzem poluição e congestionamentos, mas também valorizam espaços públicos, estimulam a economia local e promovem justiça social. O alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, reforça esse compromisso global. No centro dessa transformação, está a escolha por políticas que conciliem preservação ambiental, inclusão social e prosperidade econômica. “É um trabalho contínuo de sensibilização da sociedade, nós, vocês, a imprensa, a COP30, tudo isso vai criando uma sensibilidade que cada vez mais é urgente enfrentarmos”, defende Alex Abiko, professor titular em Gestão Urbana e Habitacional da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
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