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Mobilidade sustentável

Brasil precisa repensar seus modelos de transporte para garantir inclusão social, reduzir emissões e tornar as cidades mais resilientes.

 

No contexto das mudanças climáticas, a mobilidade urbana sustentável se impõe como uma necessidade para reduzir emissões de gases de efeito estufa, melhorar a qualidade do ar e tornar os deslocamentos mais seguros e eficientes. O modelo prioriza o transporte coletivo, o ciclismo e a caminhada, conciliando crescimento urbano com qualidade de vida, justiça social e preservação ambiental.

A realidade brasileira, no entanto, está marcada por décadas de escolhas que privilegiaram o transporte individual. “O modelo de desenvolvimento urbano que a gente tem dependente completamente do automóvel”, pontua Talita Floriano dos Santos, professora no Centro de Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília (UnB). Desde os anos 1960, com a expansão da indústria automobilística e o fim de bondes e ferrovias, as cidades passaram a enfrentar congestionamentos diários, aumento de acidentes e a precarização do transporte coletivo. Hoje, o transporte público é visto como sinônimo de desconforto, insegurança e espera, o que leva milhões de pessoas a depender do carro próprio — decisão que agrava o aquecimento global e as desigualdades sociais. “É preciso olhar para o transporte público sempre como direito e com atenção para essas camadas mais vulneráveis”, defende Flávia Consoni de Mello, professora do Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp e coordenadora do Laboratório de Estudos do Veículo Elétrico (LEVE/ Unicamp).

Soluções baseadas na natureza, como corredores verdes, arborização urbana e drenagem natural, podem reduzir poluição, mitigar ilhas de calor e criar rotas mais seguras e agradáveis, incentivando meios de transporte ativos. Ao mesmo tempo, experiências internacionais, como as de Copenhague, Amsterdã e Hong Kong, mostram que infraestrutura de qualidade, ciclovias seguras e transporte público eficiente são caminhos viáveis para transformar a mobilidade em direção a um futuro sustentável. “Mas a mobilidade sustentável implica também uma compreensão das desigualdades sociais”, provoca Ana Marcela Ardila, professora do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No Brasil, o desafio é estrutural. Exige investimentos em transporte coletivo de qualidade, tarifas acessíveis e inclusão das periferias, garantindo acesso equitativo ao deslocamento. A mobilidade sustentável precisa ser pensada como direito social e não como mercadoria. Isso implica planejamento urbano integrado, incentivo a tecnologias limpas e políticas públicas consistentes. “A questão de mobilidade é uma questão muito complexa”, explica Liedi Legi Bernucci, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Nacional de Engenharia e do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Cassiano Augusto Isler, professor no Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP (PTR-EPUSP), concorda: “o maior desafio é isso: conscientizar da necessidade e do papel desses tomadores de decisão como agentes que vão promover mesmo essa mudança efetiva”.

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Blog Ciencia e Cultura

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