União Ibérica (1580-1640)

A causa da União Ibérica foi a crise de sucessão em Portugal, com a morte do famoso rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, em 1578, sem deixar sucessor. Encerrava-se a dinastia de Avis e os reis filipinos da Espanha, Filipe II, III e IV seriam, respectivamente, os reis Filipe I, II e III de Portugal.

A União significou a unificação das coroas espanhola e portuguesa, mas foi um golpe oportunista da coroa espanhola num momento de fragilidade de Portugal.

Para a coroa espanhola, o início da União Ibérica foi um momento de glória. A anexação de Portugal aos domínios de Filipe II não trouxe apenas um reino a mais para a Espanha, mas o maior império que até então um monarca europeu havia herdado. O Brasil era o que faltava para que Filipe II fosse o único soberano, desde o sudoeste da América do Norte até o extremo-sul americano. Todo esse conjunto formava a Monarquia Católica, a defensora da fé católica universal, frente aos inimigos: o Islã e os protestantes.

Inversamente ao início glorioso da União Ibérica, o desenrolar dos três reinados filipinos foi marcado pelo contínuo declínio da coroa espanhola. Filipe II numa investida desastrosa, desejando derrotar Elizabeth I da Inglaterra por ser protestante, sofreu em 1588 o vexame da Invencível Armada, nome despectivo dado à poderosa esquadra espanhola pelos ingleses vencedores. “… o ano de 1640, representava o desmoronamento do formidável edifício de 1580, com a separação de Portugal, o intento de secessão da Catalunha, as revoltas regionais, as derrotas navais e militares e a desastrosa situação econômica.”[1]


Nota
[1] Megiani, Ana Paula Torres; Pérez, José Manuel Santos e Silva e Kalina Vanderlei, (Organizadores), Introdução, O Brasil na Monarquia Hispânica (1580-1668), Novas interpretações, Historia Diversa, V. 2, 7-21, Humanitas, São Paulo, 2016.
Oscar T. Matsuura

Oscar T. Matsuura

Oscar T. Matsuura é docente aposentado do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, onde liderou o Grupo de Astrofísica do Sistema Solar. Foi diretor do Planetário e Escola Municipal de Astrofísica Prof. Aristóteles Orsini em São Paulo e é pesquisador colaborador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCTI). Ultimamente tem se dedicado à História da Astronomia no Brasil.
Oscar T. Matsuura é docente aposentado do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, onde liderou o Grupo de Astrofísica do Sistema Solar. Foi diretor do Planetário e Escola Municipal de Astrofísica Prof. Aristóteles Orsini em São Paulo e é pesquisador colaborador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCTI). Ultimamente…
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