A causa da União Ibérica foi a crise de sucessão em Portugal, com a morte do famoso rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, em 1578, sem deixar sucessor. Encerrava-se a dinastia de Avis e os reis filipinos da Espanha, Filipe II, III e IV seriam, respectivamente, os reis Filipe I, II e III de Portugal.
A União significou a unificação das coroas espanhola e portuguesa, mas foi um golpe oportunista da coroa espanhola num momento de fragilidade de Portugal.
Para a coroa espanhola, o início da União Ibérica foi um momento de glória. A anexação de Portugal aos domínios de Filipe II não trouxe apenas um reino a mais para a Espanha, mas o maior império que até então um monarca europeu havia herdado. O Brasil era o que faltava para que Filipe II fosse o único soberano, desde o sudoeste da América do Norte até o extremo-sul americano. Todo esse conjunto formava a Monarquia Católica, a defensora da fé católica universal, frente aos inimigos: o Islã e os protestantes.
Inversamente ao início glorioso da União Ibérica, o desenrolar dos três reinados filipinos foi marcado pelo contínuo declínio da coroa espanhola. Filipe II numa investida desastrosa, desejando derrotar Elizabeth I da Inglaterra por ser protestante, sofreu em 1588 o vexame da Invencível Armada, nome despectivo dado à poderosa esquadra espanhola pelos ingleses vencedores. “… o ano de 1640, representava o desmoronamento do formidável edifício de 1580, com a separação de Portugal, o intento de secessão da Catalunha, as revoltas regionais, as derrotas navais e militares e a desastrosa situação econômica.”[1]