O engenheiro francês Pierre Couplet (1670-1743), que também foi membro da Academia de Ciências de Paris, viajou em 1697 para o Brasil, passando antes por Portugal, para coletar espécimes da nossa flora e fauna e repetir o experimento do pêndulo de Richer, mas desta vez na Paraíba (atual João Pessoa), também perto do equador cerca de 7º ao sul. Em Principia Mathematica, Newton mencionou os resultados de Richer e de Couplet do experimento com o pêndulo, assim como de vários outros savants. As informações sobre o experimento de Couplet são escassas, até porque na volta à França ele sofreu um naufrágio e perdeu suas anotações, assim como os espécimes que havia coletado. Mas no experimento do pêndulo, Couplet ajustou o comprimento da haste encurtando-o, até que o período da oscilação fosse de 1 segundo para um dia solar médio de 24 horas, sendo que o comprimento inicial era aquele determinado antes em Paris segundo o mesmo método. O encurtamento foi uma correção no sentido correto mas, segundo análises posteriores, teria sido insuficiente. Notando isso, Newton teceu críticas às medições de Couplet que ele considerou grosseiras.[1]
Couplet quis também determinar a longitude da atual João Pessoa observando os satélites de Júpiter e a declinação magnética (diferença angular entre a componente horizontal do campo geomagnético e o norte geográfico; esse método fazia uso da bússola, até foi bastante utilizado, mas não ganhou aceitação). Vê-se aqui que o método dos satélites de Júpiter para a determinação da longitude estava se tornando habitual no final do século 17. Apesar da crítica de Newton, trata-se da primeira visita ao Brasil de um membro da Academia de Ciências de Paris. Foi mais um parêntese isolado na história da nossa Astronomia, em que o Brasil pôde oferecer a sua natureza para ser observada.