Do sudeste partirá um movimento rumo ao centro-oeste (antigo Estado de Mato Grosso e Paraná) promovendo o apresamento de índios para escravização, a exploração de ouro e pedras preciosas. Os participantes do movimento eram chamados bandeirantes paulistas. Eram bandos de centenas de homens de São Paulo e vilas litorâneas da região que saíam, por própria conta e risco, em expedições pelo interior do território, objetivando também capturar escravos negros fugitivos e destruir quilombos. Particularmente a busca de metais preciosos tinha apoio da coroa.
As missões dos jesuítas espanhois constituíam alvos de ataque, pois lá estavam indígenas aldeados, já treinados para o trabalho. O aldeamento teria iniciado por volta de 1610 e décadas seguintes. Assim que novas missões eram fundadas, os bandeirantes as atacavam e destruíam. Pelos índios, os aldeamentos eram procurados como refúgio para se defenderem dos abusos dos encomenderos. A encomienda era um instituto legal da colonização espanhola que concedia ao colonizador o direito, como recompensa por algum feito anterior, de recolher tributos pagos pelos nativos como pagamento pela proteção que recebiam. Embora o indígena fosse considerado um ser livre, a encomienda era uma forma de trabalho compulsório. Os aldeamentos que foram alvo dos bandeirantes estavam na região do Itatim (oeste do Mato Grosso do Sul) e Guairá (oeste do Paraná). Os índios apresados eram vendidos para os fazendeiros de São Paulo e até para colonos portugueses do nordeste açucareiro, especialmente quando os holandeses conquistaram entrepostos portugueses na África.
Entradas eram grupos menores, patrocinados pela coroa (por isso respeitavam mais o meridiano de Tordesilhas), para sertanistas paulistas explorarem o interior desconhecido e acharem riquezas naturais. As primeiras entradas partiram do litoral nordestino, indo para o norte ou sul. As entradas enquanto marchavam implantavam núcleos, freguesias, fortes, vilas e cidades.