Em 1777 D. Maria I, rainha de Portugal, e o rei da Espanha, Carlos III assinaram o Tratado de Santo Ildefonso na cidade espanhola de mesmo nome, na província de Segóvia. O objetivo deste novo tratado era pôr fim às disputas entre Portugal e Espanha que, há três séculos, lutavam pela posse de colônias em várias partes do mundo, mas sobretudo da colônia sul-americana do Sacramento, situação que se prolongava desde o Tratado de Utrecht (1715), anterior ao Tratado de Madri (1750), que devolvia Sacramento aos portugueses. É bom lembrar que a Colônia do Sacramento foi fundada em 1680 sob o comando do governador do Rio de Janeiro, Manuel Lobo, atendendo ordem de D. Pedro II de Portugal.
Durante a assinatura do Tratado de Madri ocorriam os conflitos armados das Guerras Luso-Espanholas de 1735-1737 e de 1776-1777 que confundiam quem detinha o direito de posse de territórios do sul do Brasil. A Colônia do Sacramento ora se tornava espanhola, ora portuguesa.[1] O tratado teve a mediação da Inglaterra e França, que tinham interesses políticos internacionais na pacificação das relações entre Portugal e Espanha. Oficialmente, o tratado chamou-se Tratado Preliminar de Paz e Limites, que também visava solucionar conflitos em colônias asiáticas. Mas em 1777 ficou estabelecido que Portugal devolveria Sacramento, a Banda Oriental (correspondente ao atual Uruguai) e a região dos Sete Povos para a Espanha. Esta, por sua vez, devolveria para Portugal a ilha de Santa Catarina e o Rio Grande de São Pedro (atual RS). Porém, em 1801 seria assinado o Tratado de Badajós (cidade espanhola) quando a Espanha cederia a região dos Sete Povos a Portugal, permitindo a expansão da ocupação portuguesa. Esta configuração praticamente restituiu a situação do Tratado de Madri.