Um dos primeiros estudantes brasileiros formados na reformada Universidade de Coimbra, foi o paulistano Francisco José de Lacerda e Almeida (1753-1798). Concluído o curso de Matemática e tendo recebido o grau de doutor em Matemática em 1777, serviu a coroa como Matemático e Cartógrafo em expedições no Brasil e no continente africano. Regressando ao Brasil, de 1780 a 1790 fez parte de uma comissão para a determinação dos limites das fronteiras, já na vigência do Tratado de Santo Ildefonso, percorrendo as capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá e São Paulo, retornando a Portugal em 1791.
Em 1798 participou de um grande projeto de travessia da costa oriental da África à costa ocidental de Angola, mas faleceu nesse ano, trabalhando nessa expedição. No interior africano Lacerda e Almeida tinha por objetivo descobrir uma rede fluvial que permitisse a ligação continental entre as costas oriental e ocidental, ligando Moçambique a Angola. Realizou observações astronômicas na África Central, incluindo cuidadosas determinações de longitude pela ocultação dos satélites de Júpiter.
Outro conimbricense brasileiro nascido em Mariana, MG, Antonio Pires da Silva Pontes Leme (1750-1805) iniciou seus estudos em Coimbra por volta de 1772. Formou-se em Matemática e obteve o grau de doutor em Matemática em 1778. Nos dez anos seguintes, a sua atividade de matemático e astrônomo a serviço do Reino esteve ligada à de Lacerda e Almeida. Foram ambos nomeados matemáticos astrônomos da Terceira Partida de Demarcação de Limites do Brasil, organizada na sequência do Tratado de Santo Ildefonso. Os dois matemáticos compunham o corpo expedicionário que partiu do porto de Lisboa em janeiro de 1780, em direção ao Pará. Tendo percorrido os principais rios e explorado os limites ocidentais da Amazônia, estabeleceram as novas coordenadas geográficas que corrigiam os mapas existentes. Silva Pontes partiu depois em expedição para o Mato Grosso. Tendo regressado a Portugal, continuaria a trabalhar com Lacerda e Almeida como professores na Academia de Marinha. Em 1801 regressou ao Brasil, assumindo o governo do estado do Espírito Santo.