Em 1798, a Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica para o Desenho, Gravura e Impressão das Cartas Hidrográficas, Geográficas e Militares, foi criada por alvará de D. Maria I e incumbida de levantar e publicar as cartas náuticas e geográficas, bem como produzir instrumentos de navegação de forma unificada para todas as possessões da coroa. Mas as campanhas napoleônicas prejudicaram as atividades dessa Sociedade.
Na fuga da Família Real em 1808, a Academia Real dos Guardas-Marinhas foi transferida para o Rio de Janeiro com todo o material didático e instrumental dessa Academia, mais o material da supracitada Sociedade Real Marítima que constituía um acervo de mais de mil cartas e plantas. Para se organizar todo este material foi necessário criar no Brasil em 1808, o Real Archivo Militar semelhante ao de mesmo nome que tinha sido criado em Lisboa, em 1802. Essa organização foi implementada pelo capitão de mar e guerra José Maria Dantas Pereira, comandante dos mestres da Academia Real dos Guardas-Marinhas, que embarcou para o Brasil na mesma frota que trouxe a Família Real.
O Real Archivo Militar do Rio de Janeiro orientou e fiscalizou as obras de fortificação e construção militar, os trabalhos de litografia, tipografia e impressão de cartas no Brasil. É possível que no material transferido para o Brasil, estivessem também documentos antigos, do início das demarcações de fronteiras nos litígios com a Espanha, desde 1750.[1]
O Arquivo Histórico do Exército, no Palácio Duque de Caxias no Rio de Janeiro, remonta ao Real Archivo Militar criado por D. João VI em 1808 e, de fato, preserva documentos históricos de vários tratados territoriais e cópia do Mapa do Brasil de Jacobo Cocleo, além de outros.[2]