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Experimento sobre mudanças climáticas em florestas tropicais conclui teste de montagem da primeira torre

AmazonFACE, liderado por Unicamp e INPA/MCTI, vai medir impacto do gás carbônico na floresta Amazônica

 

A montagem da primeira torre do AmazonFACE foi concluída na última sexta-feira (26/8), em Campinas (SP). A etapa é fundamental para avaliação do projeto de engenharia do experimento.

O AmazonFACE é um programa de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) com cooperação internacional que tem o ambicioso objetivo de investigar como o aumento de gás carbônico atmosférico afetará a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, sua biodiversidade e os serviços ecossistêmicos que fornece à humanidade.

De acordo com os pesquisadores que lideram o projeto, o AmazonFACE é um experimento de fertilização (enriquecimento) por gás carbônico (CO2) ao ar livre na Amazônia e o primeiro desse tipo em qualquer floresta tropical. O projeto é liderado pelo cientista David Lapola, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI), Carlos Alberto Quesada.

A torre de alumínio de 35 metros de altura e 2m x 2m de base tem peso estimado de 1,6 tonelada. Quando instalada no meio da Floresta Amazônica, ultrapassará a copa das árvores.

Esta etapa do projeto prevê a fabricação de 32 torres que serão utilizadas para a construção, na primeira fase, de dois anéis. Cada anel de enriquecimento por CO2 terá 30 metros de diâmetro e contará com 16 torres, que serão conectadas a dois tanques de 25 toneladas de CO2 que farão a injeção do gás carbônico ao ar livre.

Com a aprovação da engenharia realizada nesta semana, serão fabricadas as demais 31 torres. A previsão é que a instalação das torres na floresta se inicie antes do final deste ano.

O experimento completo prevê a construção de seis anéis, que em seu pleno funcionamento irão medir o impacto da emissão de CO2 sobre a floresta. Em três destes anéis haverá o enriquecimento de CO2, e os resultados serão comparados com os de outros três anéis que não terão injeção extra de CO2.

Além das 16 torres do anel, haverá uma torre de instrumentação (já instalada para os dois primeiros anéis) em uma posição central para fazer o monitoramento de medidas científicas, como a concentração de CO2, no interior da parcela.

A instalação do experimento será em uma das áreas de reserva do INPA/MCTI, distante cerca de 70 km (em linha reta) de Manaus (AM), e deve ser concluída entre fevereiro e março de 2023.  As obras para a construção da infraestrutura se iniciaram em junho deste ano.

O CO2 liberado para a execução da pesquisa no meio da floresta, bem como em todas as etapas de produção das torres será compensado na forma de reflorestamento.

Com informações de AmazonFACE

 

Capa: Torre de instrumentação da AmazonFACE (foto: AmazonFACE. Reprodução)
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