aedes

Doenças tropicais negligenciadas afetam mais de 1,6 bilhão de pessoas

Relatório da OMS ressalta necessidade de mais investimentos para erradicar o problema que ainda afeta 179 países e territórios.

 

Dengue, chikungunya, doença de Chagas, hanseníase… Essas são algumas das doenças tropicais negligenciadas (DTN) que afetam mais de 1,6 bilhão de pessoas ao redor do mundo.

No Dia Mundial de Combate à Doença Tropical Negligenciada, celebrado no dia 30 de janeiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um relatório global apontando que essas enfermidades seguem afetando de forma desproporcional os mais pobres – especialmente aqueles que têm falta de acesso à água potável, ao saneamento básico, e a cuidados de saúde básicos e de qualidade.

As DTNs são causadas por patógenos, incluindo vírus, bactérias, parasitas, fungos e toxinas. Essas doenças são “negligenciadas” porque estão quase totalmente ausentes dos planos globais de saúde. A transmissão se dá de forma simples – seja uma picada de inseto, sejam pequenos parasitas que penetram na pele. Porém, se permanecerem sem tratamento, suas consequências podem restringir a vida de forma permanente, levar à incapacidade física e até a morte. Essas doenças têm efeitos arrasadores para a saúde além de consequências sociais e econômicas.

 

Um problema global

A OMS afirma que apenas 16 países concentram 80% de todo o fardo global das DTNs. Em 2021, 179 países e territórios notificaram pelo menos um caso de DTN. Em todo o globo, 1,65 bilhão de pessoas precisaram de tratamento e cuidados.

Devido à pandemia, um terço a menos de pessoas deixaram de ser tratadas contra as doenças tropicais negligenciadas entre 2019 e 2020. Em 2021, houve uma pequena melhora de 11% totalização o número de pacientes que receberam os cuidados em 900 mil.

A pandemia agravou o quadro das DTNs em vários países, que tiveram seu foco voltado ao combate ao coronavírus em detrimento de outras doenças. O Brasil, por exemplo, está assistindo ao surgimento de um novo surto de casos de dengue. O total de mortes por dengue em 2022 já é maior do que o registrado nos últimos seis anos. Até a primeira semana de dezembro do ano passado, 978 óbitos foram confirmados e mais de 1,4 milhão de casos registrados.

 

Relações profundas

Pelo novo relatório da OMS, um maior fluxo de investimentos contra as DTNs ajudaria a reverter as perdas nas metas colocadas até 2030. A agência fala em mais financiamento doméstico, prestação de conta e autoria dos países nos esforços de combate às doenças. A OMS também emitiu novas diretrizes e informações sobre produtos contra as DTNs para ajudar os países no combate. Houve 36 cursos para os agentes de saúde em 19 temas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembra que apesar do sucesso com milhões de pacientes, o mundo permanece preso a ciclos de pobreza e estigma. “Combater a doenças tropicais negligenciadas é também combater a pobreza porque elas são também doenças de pobreza. São necessárias ações concentradas dos governos numa abordagem multissetorial na perspectiva de uma só saúde com colaboração interdisciplinar entre a saúde humana, a saúde animal e os atores da saúde ambiental.”

Com informações da ONU News

Blog Ciencia e Cultura

Blog Ciencia e Cultura

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Palavras-chaves
CATEGORIAS

Relacionados