Conheça a história da mostra que reuniu ciência e tecnologia para celebrar os 100 anos da Independência brasileira
Apresentar o Brasil como um país moderno e em pleno desenvolvimento. Esta era a intenção da Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil de 1922, inaugurada no dia 07 de setembro na cidade do Rio de Janeiro.
Concebida para ser grandiosa, a exposição foi planejada com dois anos de antecedência e contou com a destruição do Morro do Castelo para abrir espaço para os prédios do evento. Foram 11 meses de comemorações que atraíram 3,5 milhões de visitantes.
As Exposições Universais, ou Feiras Mundiais, eram expressões culturais da época e serviam para fomentar a integração, o intercâmbio cultural, as relações comerciais entre as nações e apresentar os avanços tecnológicos do período – além de ajudar a promover a imagem internacional dos países que as sediavam. O evento pretendia não apenas celebrar os cem anos de Independência do Brasil, mas também marcar a entrada do país em uma nova era de modernização.
Da inauguração da exposição em 7 de setembro de 1922 até seu encerramento em 24 de julho de 1923, a Exposição exibiu 25 seções relacionadas a educação e ensino; letras, ciências e artes; mecânica; eletricidade; engenharia civil e transporte; agricultura; horticultura e arboricultura; florestas e colheitas; indústria alimentar; indústrias extrativas e metalurgia; decoração e mobiliário; fios, tecidos e vestuários; indústria química; indústrias diversas; economia social; higiene e assistência; ensino prático, instituições econômicas e trabalho manual da mulher; comércio; economia geral; estatística; forças de terra e esportes. Em paralelo, foram oferecidas atividades como exibição de filmes e conferências.
Em outra área, houve espaço para que expositores estrangeiros construíssem também pavilhões dedicados à exibição de produtos vindos de outros países – estiveram representados Argentina, México, Inglaterra, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Suécia, Tchecoslováquia, Bélgica, Noruega, Japão e Estados Unidos. Participaram no total 14 países de três continentes. O governo dos Estados Unidos investiu um milhão de dólares para construir um edifício que posteriormente serviria como sua embaixada, além de outro (que custou 700 mil) para abrigar as delegações de seu país.
Primeira transmissão de rádio
Logo na abertura aconteceu talvez o feito mais marcante da exposição: a primeira transmissão de rádio do Brasil. Primeiro, os brasileiros puderam ouvir o discurso ufanista do então presidente Epitácio Pessoa. Em seguida, foi transmitida a sinfonia “O Guarani” (1870), de Carlos Gomes, diretamente do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.