Mudar o modelo atual de urbanização é fundamental para evitar o esgotamento dos recursos naturais e conter a crise climática
Atualmente, 55% da população mundial vive em áreas urbanas e esse número deve crescer para 68% até 2050. Os dados são do “Relatório Mundial das Cidades 2022”, publicado pela ONU-Habitat. Por isso, se torna cada vez mais necessário pensar em modelos sustentáveis para as cidades. Esse é o tema discutido no último episódio do Ciência & Cultura Cast, o podcast da revista Ciência & Cultura, que nesta edição trata do tema “Ciência básica para o desenvolvimento sustentável”.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, aponta que as cidades sustentáveis são fundamentais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O foco principal é reordenar o funcionamento dos centros urbanos para evitar o esgotamento dos recursos naturais e conter a crise climática. Para isso, as políticas públicas devem contemplar as áreas da educação, trabalho, saúde, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura, moradia e transporte. Para Raiza Gomes Fraga, assessora técnica no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), falar de meio ambiente e biodiversidade não pode excluir outros grandes desafios brasileiros. “A redução da pobreza e das desigualdades, a garantia da segurança alimentar e o acesso à educação e saúde são alguns dos temas prioritários do nosso país”, afirma a pesquisadora. Uma cidade sustentável deve conciliar todas essas questões.
Os dados da ONU apontam que o modelo atual não irá suportar o adensamento populacional previsto para as próximas décadas se não houver uma mudança significativa no funcionamento das cidades. Por outro lado, também indica que as cidades podem ser lugares mais equitativos, ecológicos e baseados no conhecimento. E para isso a ciência é imprescindível. “Nós temos instrumentos de planejamento urbano que permitem que as cidades se alinhem com os objetivos de desenvolvimento sustentável”, aponta Fraga, que também atua no Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (OICS). Ela cita os planos de mobilidade e de saneamento, que são grandes planos para direcionar as cidades a pensar melhores formas de conviver com seu espaço e com as pessoas. “O único caminho que temos é o caminho da sustentabilidade”, enfatiza.
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