Ciência, tecnologia e inovação são fundamentais nas discussões para se acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir uma sociedade mais justa
Não é mais possível pensar em desenvolvimento sem sustentabilidade – e a ciência é o caminho para se alcançar os dois. Os avanços alcançados pela ciência nessas últimas décadas mudou nossas condições de vida e são fundamentais para o bem-estar e sobrevivência do ser humano.
Neste cenário, é imprescindível aproveitar o completo potencial da ciência e tecnologia para o benefício de todas as pessoas, em todo lugar. Francilene Procópio Garcia, professora do Departamento de Sistemas e Computação (DSC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), lembra que a ciência tem sido um dos pilares fundamentais na história da humanidade e é uma ferramenta essencial para permitir uma melhor compreensão dos desafios atuais. “A ciência é fundamental para avançarmos rumo a uma inovação, a uma economia verde, onde teremos que transitar desse mundo de tecnologias sujas para um mundo de tecnologias limpas e enfrentar de maneira muito mais salutar as questões climáticas”, aponta.
A ciência proporciona avanços com impacto direto na qualidade de vida da população e também na competitividade do Brasil em âmbito global. Esses avanços muitas vezes permitem a redução de custos com o aumento da eficiência dos processos, além de levar ao desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, explica Giselle Zenker Justo, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e secretária regional de São Paulo (SP I) da SBPC. “Como conseguiremos contribuir para avanços em áreas como saúde ou agricultura, que contribuirão para erradicar a pobreza e a fome, sem a ciência? Não tem como. E essas são áreas que eu acredito que andam em juntas também com áreas como energia limpa, meio ambiente e a própria indústria. Então são vários aspectos que devem ser levados em conta”, explica.
Por isso, é necessário garantir que a ciência seja integrada ao desenvolvimento de políticas nacionais e que as políticas considerem tanto o conhecimento científico quanto as necessidades da ciência. Para Ernane Xavier da Costa, professor e coordenador do Laboratório de Física Aplicada e Computacional (LAFAC) da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), a ciência ainda tem outra função essencial, que é libertar o indivíduo, contribuindo para que tenha mais consciência de seu entorno e do impacto que suas ações causam no ambiente e na sociedade, além de valorizar o conhecimento e incentivar a reflexão. “Quando a ciência liberta o ato de pensar, aí começamos a não ver mais sentido em coisas simples como acabar de tomar um refrigerante e jogar a lata na rua, ir ao supermercado e aceitar um saco plástico para carregar o alimento, usar o carro quando posso andar, o que até faz bem para a saúde. Quando o indivíduo se apodera da capacidade científica do seu entorno, ele melhora como ser social, como ser humano, então isso é fundamental”, defende.
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