Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente discute escassez de água, tecnologias que alteram o clima, mineração responsável e preservação de espécies em risco de extinção
A busca por avanços na pauta climática através do multilateralismo é um dos principais objetivos da sexta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unea-6). O principal órgão mundial de tomada de decisões sobre o tema realiza sua sexta sessão de 26 de fevereiro a 1 de março em Nairobi, no Quênia, com a expectativa de reunir mais de 7 mil participantes em diálogos significativos para enfrentar os desafios ambientais prementes.
Segundo Irene Mwoga, estatística do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para a África e coordenadora do evento, a Unea-6 busca promover ações multilaterais eficazes, inclusivas e sustentáveis no combate às mudanças climáticas, à perda de biodiversidade e à poluição. Esta abordagem visa engajar diversos setores, desde governos até a sociedade civil, em uma participação efetiva e duradoura.
Neste contexto de discussões cruciais, a reunião contará com a análise de cerca de 19 resoluções sobre uma ampla gama de questões ambientais, abordando desde o combate à desertificação até medidas para reduzir a poluição do ar. Estas decisões são parte de um esforço maior da Unea para intensificar a campanha global contra a tripla crise planetária das mudanças climáticas, perda de natureza e biodiversidade, e poluição e desperdício.
Resoluções
A implementação dessas resoluções, uma vez finalizadas e acordadas entre os países e instituições participantes, será fundamental para a coordenação de políticas, estratégias e monitoramento do ambiente em escala global. Os temas em debate incluem a proteção de recursos terrestres e marinhos, regulamentação do uso de plásticos e produtos químicos, cooperação regional e realização de projetos ambientais em diferentes países.
Durante a cerimônia de abertura, a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, ressaltou a importância de deixar de lado as diferenças políticas em prol do bem-estar deste “pequeno planeta azul”. Ela destacou a necessidade de consenso em torno das resoluções para impulsionar a ação multilateral em busca de justiça e equidade intergeracionais diante das crises climáticas, de biodiversidade e de poluição que afetam a todos, independentemente de nacionalidade, cor, fé ou gênero.
Além disso, a Unea-6 também se concentra em fortalecer a cooperação com os acordos ambientais multilaterais, visando abordar as questões mais urgentes de interesse global e regional. A assembleia terá um dia dedicado a debater exemplos bem-sucedidos de cooperação internacional, como o recente Tratado do Alto Mar e o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, que demonstram a capacidade de ação conjunta para enfrentar desafios ambientais cruciais.
A reunião
Com mais de 7 mil delegados inscritos, incluindo 170 ministros, a Unea-6 se apresenta como um fórum poderoso para unir esforços em prol do meio ambiente e da sustentabilidade global. Durante os próximos dias, as discussões e negociações continuarão a moldar as resoluções finais e a declaração ministerial, destacando a importância do multilateralismo efetivo e da cooperação internacional para o futuro do nosso planeta.
Como representantes de uma geração que enfrentará diretamente os impactos das ações ambientais de hoje, jovens ativistas como Sharon Mutende, do Grupo de Crianças e Jovens para o Pnuma, expressam preocupação com a ambição e os valores presentes nas resoluções em discussão. Da mesma forma, representantes de povos indígenas destacam a necessidade de considerar seus direitos e territórios na elaboração de políticas ambientais.
Com informações de ONU News