Mobilização contou com a presença da vice-presidente da SBPC, Soraya Smaili, e busca se converter em articulação por todo o País
O Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), recebeu na manhã desta sexta-feira (25/07) o Ato em Defesa da Soberania Nacional. Com mais de 240 entidades envolvidas, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e mais de 60 de suas Sociedades Científicas Afiliadas, a iniciativa é um repúdio às recentes manifestações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que buscam influenciar o regime democrático brasileiro.
“Esta é uma manifestação que nós estamos recebendo aqui na Faculdade de Direito. Na verdade, ela é um atendimento a um apelo da sociedade civil. Mas eu entendo que ela é apenas o início de um movimento que seguramente pode se desdobrar por várias universidades, por várias entidades, pelo Brasil inteiro”, ponderou o professor da USP, Celso Fernandes Campilongo, um dos coordenadores do ato.
Vice-presidente da SBPC e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Soraya Smaili destacou a importância da mobilização:
“Foi um ato extremamente significativo, reuniu dezenas de entidades, artistas, empresários e políticos que atenderam ao chamado em poucas horas, pois o foi chamado esta semana. Isso mostra o quanto a sociedade está engajada na defesa de nosso país. Além disso, tem o simbolismo das falas em torno da unidade de todos e todas para que juntos e juntas possamos reafirmar a Soberania nacional. A SBPC, como não poderia deixar de ser esteve presente, como em tantos momentos crítico da nossa história. O Brasil é nosso e nós iremos a todos os lugares para reafirmar isso.
Na solenidade, houve também a leitura da Carta em Defesa da Soberania Nacional, que ainda está disponível para assinaturas no site da manifestação: www.soberanianacional.com.br.
“Nas relações internacionais, o Brasil rege-se pelos princípios da independência nacional, da prevalência dos direitos humanos, da não intervenção, assim como pelo princípio da igualdade entre as nações. É isso o que determina nossa Constituição. Exigimos o mesmo respeito que dispensamos às demais nações. Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação, que busque subordinar nossa liberdade como nação democrática. A nação brasileira jamais abrirá mão de sua soberania, tão arduamente conquistada. Mais do que isso: o Brasil sabe como defender sua soberania”, diz o documento.
A leitura da carta no Salão Nobre da Faculdade de Direito remete ao histórico ato pela democracia realizado em agosto de 2022, quando, em meio a ataques do então presidente Jair Messias Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral, a sociedade civil se mobilizou em defesa do sistema democrático brasileiro.
Até o momento, a carta conta com mais de 8.600 adesões, sendo 240 de entidades, entre elas a Academia Brasileira de Ciências (ABC), os Reitores pela Democracia, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e mais de 60 Sociedades Científicas afiliadas à SBPC.
Jornal da Ciência


