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COP 30 vai transformar Belém em palco cultural da Amazônia

Muito além dos debates diplomáticos e técnicos, a COP 30 quer fazer história também pela música, pela arte e pela ocupação simbólica da cidade.

 

Em novembro de 2025, os olhos do mundo estarão voltados para Belém do Pará. Mas, além dos discursos, painéis e acordos entre chefes de Estado, outro aspecto da COP 30 promete protagonismo: sua intensa e diversa programação cultural.

A cidade se prepara para se tornar um verdadeiro laboratório de experiências sensoriais e educativas, reunindo tradições, ritmos, sabores e expressões da Amazônia — em sintonia com a urgência climática que motiva o evento.

 

“A COP 30 transforma Belém em vitrine da cultura amazônica, com shows, grafites, cinema, gastronomia e arte de rua.”

 

O que estará em jogo não é apenas o futuro climático do planeta, mas também a capacidade da arte de sensibilizar, educar e inspirar. Em Belém, a cultura será o idioma comum para falar sobre justiça climática, biodiversidade e saberes ancestrais.

 

Música na COP 30

A pergunta tem ecoado com entusiasmo nas redes sociais: quem vai cantar na COP 30? A resposta envolve muito mais do que uma lista de atrações. É, na verdade, um indicativo de como o evento pretende dialogar com a sociedade: por meio da música, como instrumento de pertencimento, denúncia e celebração.

Gaby Amarantos, ícone da música paraense e ativista ambiental, é uma das artistas mais esperadas. Seu technobrega eletrizante leva a Amazônia aos palcos do mundo. Ao lado dela, nomes como Dona Onete, com seu carimbó chamegado, e Fafá de Belém, com sua voz potente e compromisso com as causas amazônicas, devem representar a força cultural da região. (Figura 1)


Figura 1. Gaby Amarantos
(Foto: Divulgação)

 

Antes da COP 30, em setembro, aconteceu o festival “Amazônia Para Sempre”, organizado pelos criadores do Rock in Rio e do The Town. No espetáculo, a atração internacional Mariah Carey se apresentou em um palco flutuante sobre o Rio Guamá, projetado no formato de uma vitória-régia. Já Ivete Sangalo fez um show gratuito no Estádio Mangueirão, em Belém, no dia 20 de setembro de 2025.

 

Uma cidade ocupada pela arte

Durante a COP 30, Belém será palco não só de shows, mas também de intervenções artísticas urbanas, exposições e festivais que ocuparão ruas, praças, museus, universidades e até ilhas. A ideia é transformar a cidade em um território cultural vivo, onde a arte dialogue com os desafios ambientais.

Murais de grafite com imagens da fauna e flora amazônica irão colorir as ruas. Feiras gastronômicas valorizarão ingredientes regionais como o açaí, o tucupi e o jambu. E a Zona Verde, montada no Parque da Cidade, reunirá performances, debates, oficinas e exposições com foco em sustentabilidade.

A Bienal das Amazônias, de setembro a novembro, promete ser um dos destaques. Reunirá artistas de toda a Pan-Amazônia — Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador e Brasil — em uma grande mostra de arte contemporânea, performances e rodas de conversa sobre identidade e meio ambiente. (Figura 2)


Figura 2. Bienal das Amazônias
(Foto: Fabíola Sinimbú/ Agência Brasil. Reprodução)

 

No cinema, o Amazônia Film Festival trará documentários, animações e curtas-metragens sobre biodiversidade, resistência indígena e desafios ambientais, com sessões que acontecerão dentro e fora dos centros culturais.

 

Educação, turismo e transformação urbana

A programação cultural paralela à COP 30 também servirá como ferramenta de educação ambiental. A Ocupação OCAS, por exemplo, propõe experiências de turismo consciente em locais como a Ilha do Combú e o Marajó, com foco no consumo responsável e no fortalecimento da economia local.

Universidades como a UNIFAMAZ e órgãos públicos como o Tribunal de Contas do Estado receberão atividades formativas, debates, mini-documentários e exposições que conectam ciência, cultura e comunidade.

 

“A cultura será uma aliada da educação ambiental e do turismo sustentável durante a COP 30.”

 

A Funai também está organizando atividades virtuais com foco em povos indígenas, suas experiências em conferências climáticas anteriores e seus modos de vida ameaçados.

O objetivo é claro: engajar todos os públicos — moradores de Belém, visitantes internacionais, turistas e participantes da conferência — na reflexão sobre o papel da cultura como aliada da sustentabilidade.

 

Capa. Grafite no Muro do Museu Emílio Goeldi pela artista Amanda Nunes
(Foto: Amanda Nunes/ Acervo pessoal. Reprodução)

 

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