Pioneira e líder incansável, pesquisadora deixou um legado duradouro na promoção da ciência e na educação em psicologia, inspirando gerações de pesquisadores e educadores no Brasil.
Carolina Bori é uma figura icônica na história da ciência brasileira. Pioneira em diversas frentes, sua liderança em campanhas pelo exercício profissional dos psicólogos e seu papel como a primeira mulher registrada no conselho da categoria destacam sua influência indelével. Carolina Bori trabalhou incansavelmente para promover o avanço científico e a valorização da ciência no país, dedicando-se à construção de uma base sólida para a pesquisa e prática da psicologia no Brasil.
Durante os desafiadores anos da ditadura militar, Carolina Bori desempenhou um papel fundamental na promoção de políticas e investimentos em desenvolvimento científico. Em um dos períodos mais complexos da história brasileira, ela se manteve como uma voz incansável em defesa da ciência e da pesquisa, contribuindo significativamente para a consolidação de uma base robusta para o avanço científico no país. Seu legado não apenas perdura, mas continua a inspirar a comunidade científica brasileira, refletindo seu compromisso inabalável com o progresso e a valorização da ciência no Brasil. “Acredito que essa atuação da Carolina Bori em várias frentes, tanto institucional quanto educacional, foi extremamente importante, considerando principalmente o período em que isso ocorreu. Carolina era uma mulher à frente do seu tempo”, enfatiza Marilena Ristum, professora aposentada e ex-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Carolina Bori também foi uma figura central na estruturação e desenvolvimento da educação em psicologia no Brasil. Como a primeira mulher registrada no conselho da categoria, ela batalhou pela criação de um currículo mínimo para a graduação e pela implantação de cursos de pós-graduação em Psicologia. Sua liderança estendeu-se além dos muros acadêmicos, com presidências na Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) e na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), onde promoveu ativamente o avanço científico. “A atuação de Carolina Bori marcou o desenvolvimento nacional pela inclusão, pela divulgação e pelo incentivo ao desenvolvimento científico”, afirma Gabriel Vieira Cândido, professor do curso de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), integrando o Laboratório de Análise do Comportamento e Saúde (LACS).
Sua dedicação à educação é inquestionável. Como professora de cursos de pós-graduação, Carolina Bori orientou mais de cem teses e dissertações e traduziu livros fundamentais para a formação dos alunos. Ela acreditava na importância da formulação de problemas como ponto de partida para decisões e soluções eficazes. Sua paixão pela formação de pesquisadores e pela produção de conhecimento era evidente, e ela deixou um legado na educação brasileira, sempre destacando a importância da transmissão do conhecimento e da formação contínua de cientistas e educadores. “A importância dela é muito grande. Ela conseguiu combinar coisas de tal maneira que faz uma rede de produção de conhecimento que seria muito difícil depois desmanchar”, pontua Mariza Monteiro Borges, professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
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